Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Safra maior de soja não é garantia de renda para produtor

Quem não antecipou vendas em dezembro já perdeu R$ 66 por tonelada

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Carregamento de soja em Tangará da Serra (MT)
Carregamento de soja em Tangará da Serra (MT) - Paulo Whitaker - 27.mar.12/Reuters

A mudança de cenário na produção de soja no Brasil poderá depreciar ainda mais os preços da oleaginosa. Os números atuais de produção de várias consultorias apontam uma safra ainda maior do que o recorde do ano passado. A produção poderia atingir 116 milhões de toneladas.

Não é só o Brasil que acumula duas safras recordes. Os Estados Unidos, líderes mundiais em produção, também vêm de safra crescente, o que eleva a oferta mundial de produto.

O consumo mundial é bom e as exportações brasileiras crescem, mas a oferta maior de produto limita a evolução dos preços.

Os produtores de Cascavel (PR), que, no começo de dezembro, fizeram antecipação de vendas para fevereiro, receberam R$ 70 por saca. O preço atual está em R$ 66. Em Sorriso (MT), outro mercado importante para a soja, a diferença de preços neste mesmo período é de recuo de R$ 3 por saca, segundo Daniele Siqueira, analista da AgRural.

Para a analista, fevereiro não é o pior momento para os preços no Brasil. Em geral, isso ocorre em março e em abril, quando a oferta física de soja aumenta.

"Em tese, os preços atuais podem cair ainda mais", diz ela. Números do mercado indicam que apenas um terço da safra atual já foi comercializado, um volume bem inferior ao da média dos anos anteriores.

Os preços em Chicago também não ajudam os produtores. Os contratos de soja para entrega em maio variaram de US$ 9,50 a US$ 10 por bushel nos últimos dias. Há um ano, esses valores eram de US$ 10,30 a US$ 10,75.

Esse cenário, no entanto, pode mudar. Para isso, basta a quebra da safra na Argentina anular o crescimento de produção no Brasil. Os argentinos estão com falta de chuva exatamente em uma das principais áreas de soja do país.

O câmbio também poderá alterar esse panorama. Basta uma alta do dólar para tornar o produto brasileiro mais competitivo no mercado externo e o produtor obter mais reais nas vendas.

Mesmo em um ano de eleição, porém, uma alta acelerada do dólar não está no foco do mercado.


IBGE enxuga lista de produtos agrícolas pesquisados

A lista de avaliação mensal de safra do IBGE, que continha 36 produtos até o ano passado, será reduzida para 18 até 2019.

Neste ano, nove produtos serão eliminados das pesquisas mensais: abacaxi, alho, cebola, coco, guaraná, maçã, malva, pimenta-do-reino e sisal. Em 2019, será a vez de aveia, amendoim, centeio, cevada, girassol, mamona e triticale deixarem a lista.

Carlos Alfredo Guedes, gerente de Agricultura do instituto, diz que essa eliminação alterará pouco o volume de produção do país.

O IBGE avaliou que a safra de 2017 atingiu 240,6 milhões de toneladas. Sem os grãos que serão eliminados em 2019, a produção teria sido de 239 milhões de toneladas.

Esse ajuste vem sendo feito desde 1972, quando o IBGE iniciou a LPSA (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola). Para Guedes, ficarão na lista produtos da LPSA que representem pelo menos 1% do valor da produção nacional ou 1% da área plantada. O instituto vai avaliar a composição da lista a cada cinco anos.

Os produtos eliminados da LSPA vão com continuar sendo pesquisados na PAM (Produção Agrícola Municipal), um levantamento anual.


Syngenta - A multinacional efetivou a compra da Nidera Seeds, até então pertencente à Cofco. Na avaliação da Syngenta, a Nidera torna a empresa mais competitiva na América do Sul devido ao seu banco de germoplasma.

Cofco - Já os executivos da Cofco, em comunicado, afirmam que, com a venda da Nidera, a empresa poderá se concentrar mais nos setores de grãos, de oleaginosas e de açúcar.

Café - A produção mundial foi de 159 milhões de sacas em 2017. No ano anterior, tinha sido 158 milhões, segundo dados da OIC (Organização Internacional do Café).

Café 2 - O consumo ficou praticamente no mesmo patamar da produção, enquanto as exportações mundiais somaram 120 milhões de sacas, segundo dados da entidade.

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