Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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EUA divulgam intenção de plantio de safra e surpreendem mercado

Estimativas indicam queda nas áreas de soja e de milho e alta nas de algodão e de trigo

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Estoque de milho em Illinois, nos EUA; estimativa é que plantio ocupe área menor no período 2018/19
Estoque de milho em Illinois, nos EUA; estimativa é que plantio ocupe área menor no período 2018/19 - Seth Perlman - 23.set.15/Associated Press

O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) fez a primeira estimativa de safra para o período 2018/19 e surpreendeu o mercado.

Na avaliação do órgão americano, os produtores vão plantar soja em 36 milhões de hectares, 500 mil a menos do que na safra anterior. O mercado esperava um aumento de 300 mil hectares em relação à área de 2017.

O plantio de milho também vai ocupar um espaço menor, somando 35,6 milhões de hectares, 900 mil a menos do que na safra anterior. O mercado também esperava uma redução na área de milho, mas de apenas 300 mil hectares.

Ao contrário do que deverá ocorrer com soja e milho, algodão e trigo ganham área. O espaço dedicado ao algodão terá alta de 7%, e o do trigo, 3%, segundo o Usda.

O algodão ganha espaço porque os preços estão mais rentáveis para os produtores. Já o aumento do trigo ocorre devido a uma reposição de área, que tinha diminuído muito na safra anterior.

A redução de área da soja e do milho mexeu com o mercado. A oleaginosa teve aumento de 2,6% nesta quinta-feira (29) na Bolsa de Chicago, subindo para US$ 10,45 por bushel (27,2 quilos) no contrato de maio. O milho subiu para US$ 3,88 por bushel (25,4 quilos), com evolução de 3,8%.

“A alta no exterior fez os preços explodirem no Brasil”, diz Daniele Siqueira, analista da AgRural. A saca de soja atingiu R$ 75 em Cascavel (PR) e R$ 65 em Sorriso (MT). Esses preços são os maiores desde dezembro de 2016.

Preços aquecidos em Chicago, alta do dólar no Brasil e prêmios de US$ 1 por bushel no porto para a soja brasileira sustentaram os preços internos, segundo ela. 

Para a analista da AgRural, o mercado não leva muito em consideração essa primeira estimativa de plantio do Usda. Clima e paridade nos preços do milho e da soja nas próximas semanas vão determinar de fato a intenção de plantio dos norte-americanos.

Estoques

Um dado divulgado pelo Usda nesta quinta-feira, e para o qual mercado deu pouca importância, ainda vai mexer com os preços, segundo Siqueira: o aumento de 10 milhões de toneladas nos estoques americanos de soja deste ano, em relação ao patamar do início de março de 2017.

Os Estados Unidos têm agora 57,3 milhões de toneladas de soja, um estoque acumulado durante as supersafras de 2016/17 e de 2017/18. Assim como os Estados Unidos, o Brasil também deverá ter outra supersafra da oleaginosa neste ano. Apesar da quebra de produção na Argentina, não deverá faltar soja.

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