Seca reduz colheita de café em 2017 e melhora preços 

Quebra de 50% na safra no cerrado de MG permitiu ganho maior para produtor 

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Plantação de café na região de Alfenas, no sul de Minas
Plantação de café na região de Alfenas, no sul de Minas - Ricardo Benichio/Folhapress
Ribeirão Preto

A estiagem registrada no cerrado de Minas Gerais em 2017, que provocou uma quebra na produção de café na região, evitou que os preços do ficassem ainda mais baixos no início de 2018, ano com previsão de supersafra.

Dados divulgados pela Cooxupé, maior cooperativa do país, mostram que a falta de chuvas ao longo do ano passado resultou em uma quebra de 50% na produção no cerrado mineiro.

Com isso, a produção esperada pela cooperativa, de 5,5 milhões de sacas (de 60 kg), foi revista para 4,7 milhões.

Não fosse a quebra, haveria mais café no mercado e os preços, que atualmente já são considerados baixos pelos produtores, cairiam ainda mais por causa do cenário de supersafra prevista no país.

A produção de café deve bater recorde no Brasil neste ano, segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), alcançando entre 54,4 milhões e 58,5 milhões de sacas, alta que pode chegar a 30,1%.

Em Minas, enquanto em 2016 a saca era comercializada por até R$ 530, no ano passado o preço ficou em cerca de R$ 450. Neste ano, tem oscilado entre R$ 420 e R$ 440.

“O cafeicultor produziu menos e vendeu mais barato, com margem menor, em 2017”, disse Carlos Paulino, presidente da Cooxupé.

A perspectiva é de que a cooperativa receba 5,6 milhões de sacas em 2018. “Vamos ter a recuperação do cerrado e, no sul de Minas, a safra vai crescer um pouco. Não chegaremos ao total de 2016 porque a planta está estressada.”

Com a perspectiva de safra recorde, o produtor já prevê nova estagnação na remuneração. “O ideal é que o preço estivesse acima de R$ 500, como dois anos atrás. Os defensivos têm alta, a mão de obra sobe, mas o preço, não”, disse o cafeicultor Ronivaldo Arantes, que produz 300 sacas no sul de Minas Gerais.

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