Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Rebanho suíno chinês tem retração de 50% neste ano

Total de animais no país deve recuar para cerca de 200 milhões de cabeças, aponta Rabobank

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Com os efeitos da extensão da peste suína africana na China mais claros, a situação da suinocultura se mostra bastante crítica naquele país. Demanda cai, preços disparam e importações crescem.

A redução do rebanho foi de 50% neste ano, e a produção de carne caiu 25%. Os efeitos desse quadro desfavorável da produção continuarão em 2020.

Devido ao abate de matrizes, a oferta de carne deverá recuar 15% no próximo ano. É o que aponta o mais recente relatório do Rabobank, banco especializado em agronegócio.

Para diminuir o impacto da redução de carne suína no mercado, a China está elevando a produção de frango, ovo, carne bovina e frutos do mar. Este último item deverá atingir um volume próximo de 68 milhões de toneladas no ano.

A produção de carne suína chinesa, que somou 54 milhões de toneladas no ano passado, deverá recuar para um volume próximo de 40 milhões neste ano e um pouco abaixo dos 35 milhões em 2020.

As importações são uma das saídas para melhorar o abastecimento interno. Neste ano, já houve elevação de 12% nas compras externas de carne suína. A Espanha é líder nas vendas dessa proteína para os chineses. Alemanha, Canadá e Brasil vêm a seguir.

O Brasil, se elevar a produção interna, têm chances de aumentar a participação no mercado asiático. Líder em exportações, a Europa têm dois problemas: competitividade e preocupação com o aumento de produção.

Os custos de produção são elevados para os europeus, deixando os preços deles pouco competitivos. Além disso, com a peste suína presente em alguns dos países do continente, os europeus têm medo de aumentar a produção e serem surpreendidos por uma proliferação da doença na região.

As importações de carne bovina feitas pela China têm como principal fornecedora a Argentina. Brasil, Uruguai e Austrália vêm a seguir.

Já no setor de aves, o Brasil é o maior fornecedor para a China, seguido da União Europeia e da Tailândia.

Os brasileiros estão presentes no fornecimento de três das proteínas importadas pelos chineses: carnes suína, bovina e de frango.

O Brasil tem tempo, inclusive, para elevar a participação no fornecimento desses produtos para o mercado asiático.

Afinal, segundo o Rabobank, os chineses não deverão sair dessa crise antes de cinco anos. E a doença ultrapassou fronteiras atingindo outros países da região, que também terão redução na oferta de proteínas.

Briga árdua  Os Estados Unidos exportaram o correspondente a US$ 24 bilhões em produtos do agronegócio para a China em 2014. Em 2017, foram US$ 19,5 bilhões e, em 2018, apenas US$ 9,1 bilhões.

Briga árdua Neste ano, as exportações do primeiro semestre já recuaram US$ 1,3 bilhão, em relação às de 2018. As maiores quedas estão em grãos (menos US$ 647 milhões), algodão (US$ 245 milhões) e tabaco (158 milhões).

Não dá mais  Os dados são American Farm Bureau e mostram incertezas ainda maiores para os produtores americanos com o agravamento da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Para muitos, é hora de um acerto.

Seguro pecuário  A Mapfre  registrou um aumento de 23% neste segmento no primeiro semestre do ano, em relação a igual período de 2018. Cobertura  Segundo o Ministério da Agricultura, apenas 1% do rebanho brasileiro tem essa proteção. Com isso, a empresa vê boas oportunidades de crescimento no setor.

Ideias para o leite  A Embrapa Gado de Leite coloca em campo o Ideas For Milk, movimento nacional para atração de ideias criativas para a cadeia do leite. A unidade está iniciando a visita a 37 universidades de 10 estados para levar a mensagem da inovação para 2.500 jovens.

Desafio  O passo seguinte é fazer um “vacathon” na sede, em Juiz de Fora (MG), com 20 equipes de estudantes. Eles se reúnem, visitam fazendas e apresentam soluções a problemas encontrados.

Soluções  É um desafio nacional para esses jovens fomentarem o chamado leite 4.0, segundo Paulo do Carmo Martins, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite e mentor do Ideas For Milk.

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