Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Câmbio segura preço do arroz

Demanda interna cresce e dólar acima de R$ 5 favorece exportações e inibe importações

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O setor de arroz é um dos poucos que não foram afetados pela pandemia atual, provocada pelo coronavírus. A demanda não é tão intensa como a de março, quando houve uma corrida dos consumidores aos supermercados, mas continua acima do normal.

“A quarentena está fazendo o consumidor voltar às origens, aumentando o consumo de arroz e de feijão em casa”, diz Vlamir Brandalizze, analista do setor.

Com a redução da alimentação fora do lar, o cardápio ficou mais restrito nas casas, tendo como base o arroz e o feijão. Os restaurantes, principalmente os que forneciam alimentação por quilo, davam uma série de opções ao consumidor, colocando os cereais em segundo plano.

Só essa procura maior pelo arroz já sustentaria os preços do produto no mercado interno, mas o câmbio passou a ser um novo fator de equilíbrio nos preços. O dólar a R$ 5,40 deixa o produto importado mais longe das mesas dos consumidores brasileiros e favorece as exportações.

O Brasil não tem grande tradição nas exportações do cereal, mas já conseguiu alguns mercados na África e na América Central, principalmente com as vendas de arroz quebrado, de menor valor, diz Brandalizze.

Além de o dólar deixar o produto brasileiro mais competitivo no mercado externo, ele já é um dos mais baratos, quando comparado ao de outros mercados.

A cotação do arroz quebrado tailandês valia, nesta quinta-feira (23), US$ 440 por tonelada, correspondente a R$ 144 a saca no Brasil. Por aqui, a saca do arroz tipo 1, de melhor qualidade, vale R$ 140, segundo o analista.

Com esse câmbio favorável, o Brasil deverá exportar 1,1 milhão de toneladas neste ano. Já as importações ficarão entre 600 mil e 700 mil toneladas, abaixo das expectativas anteriores.
Paraguai, Argentina e Uruguai, tradicionais exportadores para o Brasil, têm mercados externos mais rentáveis do que o brasileiro, principalmente nos países árabes.

O volume exportado pelo Brasil não é grande em relação à produção interna, mas serve para balizar os preços. A saca a R$ 60 nos portos garante uma remuneração de R$ 54 aos produtores gaúchos.

Não vai faltar arroz no mercado interno, segundo Brandalizze. Os preços, porém, devem mudar de patamar, subindo para uma média de R$ 16 a R$ 22 o pacote de cinco quilos, dependendo da qualidade do produto.

Nos últimos 30 dias, o arroz teve alta de 2% para os consumidores paulistanos, segundo pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

A produção gaúcha, conforme novas estimativas, deverá atingir 8 milhões de toneladas, acima da previsão anterior de 7,2 milhões a 7,5 milhões.

A safra avança, e 80% das áreas já foram colhidas, mostrando uma produtividade melhor do que a estimada.

A melhora nos preços neste ano é importante porque permitirá aos produtores, que estão há cinco anos no vermelho, aumentar o uso de tecnologia e garantir maior produtividade nas próximas safras.

Em busca de produtor A Bayer vai aproveitar o poder de logística de longo alcance que a Casa do Adubo tem para atingir pequenos e médios produtores nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

Levando soluções A multinacional, por meio dessa rede, busca viabilizar o acesso do produtor local ao seu portfólio de soluções da Bayer. A Casa do Adubo tem 83 anos de atividade no setor.

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