Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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2020 será a safra dos recordes

Pelos menos oito produtos vão atingir o pico de produção, elevando a safra nacional para 254 milhões de toneladas

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Quando terminar a colheita de grãos de 2019/20, o Brasil terá a safra dos recordes. O volume total deverá atingir 254 milhões de toneladas, 5% mais do que no período anterior.

Há uma tendência contínua da evolução da safra brasileira de grãos nos últimos anos, quase sempre impulsionada por soja e milho.

Neste ano, os dois produtos não deixaram de pesar a favor do recorde, mas outros engrossaram a lista, principalmente os da safra de inverno.

Além de soja e de milho, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) prevê recordes em algodão, amendoim, aveia, centeio, sorgo e trigo. É um bom sinal, uma vez que o país começa a diversificar mais a produção.

As culturas de inverno, considerados trigo, triticale, cevada, centeio, canola e aveia, devem atingir 8,5 milhões de toneladas, 29% mais do que no ano anterior.

Já em volume, soja e milho continuam imbatíveis. Os sojicultores colocaram 121 milhões de toneladas da oleaginosa no mercado, com alta de 5% no ano. A produção total de milho, subirá para 102 milhões de toneladas, com evolução de 2%, segundo a Conab.

Arroz e feijão, produtos que apresentaram problemas no ano passado, se recuperam neste ano, com altas de 7% e 5%, respectivamente, na produção.

Os melhores desempenhos nesta safra, em termos percentuais, vêm das regiões Norte e Nordeste, que têm altas de 14% e 27%. Já a produção do Sul, devido à seca no Rio Grande do Sul, caiu 13%.


Biodiesel O Ministério de Minas e Energia quer implementar uma nova forma de comercialização do biodiesel, eliminando os leilões. Com isso, o setor ficaria mais aberto e ganharia mais dinamismo e flexibilidade, segundo o governo.

Para 2022 O setor teria o ano de 2021 para discutir e acertar os aspectos regulatórios dessa nova fórmula, que seria implementada só a partir de 2022.

Olhar apreensivo O setor está preocupado, porém, com a eliminação dos leilões. Eles dão transparência e geram informações para as diversas regiões. Fortaleceram o programa de biodiesel desde a sua implantação, segundo um representante do setor.

Mais açúcar Após um 2019 voltado para o etanol, as usinas estão optando mais pelo açúcar nesta safra. Enquanto a produção do combustível caiu 7%, a de açúcar subiu 48%.

Remuneração Clima seco, que favorece a colheita, preços melhores do açúcar e queda na demanda de etanol impulsionam essa mudança, segundo Antonio Padua Rodrigues, diretor da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

Importação As usinas destinam atualmente 47% da cana colhida para a produção de açúcar nesta safra. Se persistir esse percentual, o balanço de etanol pode ficar apertado no final da safra, segundo avaliação dos técnicos do Itaú BBA.

Importação Se a queda de consumo do etanol for de 10% neste ano, o déficit do setor seria de 2,5 bilhões de litros. Acomodação de preços ou importações definirão esse buraco. Já se o consumo cair 20%, o déficit seria de 750 milhões, segundo os técnicos do banco.

Covid no agro Para 66% dos entrevistados em uma pesquisa da KPMG, o faturamento das empresas do setor cresceu de abril a maio, quando comparado a 2019. Outros 33% disseram que as receitas ficaram estáveis.

Bom em 2021 Para 33% dos empresários do setor, o faturamento das empresas que lideram deverá aumentar de 10% a 25% neste ano. Mesmo percentual esperado para 2021. É o que mostra pesquisa nacional sobre o impacto da Covid-19 nos negócios, feita pela KPMG.

Auxílio Pesquisadores do Cepea avaliam que o auxílio emergencial reduziu a pobreza no meio rural. Em maio, 64% da população do campo teve acesso ao benefício governamental. Em junho, foram 68%.

Menor renda O auxílio favoreceu os mais pobres, segundo o Cepea. Nos domicílios da faixa de renda mais baixa, a cobertura esteve em até 92%.

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