Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Principais estados atrasam plantio do milho em 48% da área

Mato Grosso e Paraná, líderes na safrinha, semearam 44% e 59% do cereal em março, fora do período ideal

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A safrinha de milho depende dos estados de Mato Grosso, Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás. Juntos, eles detêm 81% da área semeada do cereal na safra de inverno.

Os quatro, conforme estimativas da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), deverão produzir 71,4 milhões de toneladas neste período do ano, 86% de toda a safra nacional do período.

Este ano, porém, está sendo bastante atípico, e boa parte do plantio tem sido realizado fora do tempo ideal. Quando isso ocorre, são grandes as chances de um estresse hídrico e de quebra de produtividade.

O milho está indo mais tarde para o solo devido ao atraso no plantio da soja, que antecede o cereal nas mesmas áreas. A semeadura da soja foi afetada por forte seca no ano passado.

A Geosys Brasil, com base em dados de imagens de satélite e modelos meteorológicos, registrou que 48,1% da área semeada nesses quatro estados ocorreu na segundo quinzena de março, um período que já não é tão ideal para o plantio.

Mato Grosso, o principal produtor nacional na safra de inverno, semeou 43,5% da área de milho safrinha em março, sendo que 38,7% do plantio ocorreu na segunda quinzena. O período ideal de semeadura no estado vai até o final de fevereiro.

O Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) também apontou que 45,34% do plantio de milho ocorreu fora do período ideal. Com isso, o instituto já revisou os dados de produtividade e de produção do estado.

Conforme a avaliação mais recente, a área se mantém em 5,68 milhões de hectares, mas a produtividade recua para 102,51 sacas por hectare, o que deverá resultar em uma produção de 35 milhões de toneladas, abaixo da previsão de março, que era de 36,3 milhões.

O Paraná, segundo maior produtor de milho neste período do ano, também atrasou o plantio. Os produtores semearam 58,6% da área destinada ao cereal na segunda quinzena de março.

Além do atraso no plantio, as condições das lavouras preocupam neste início de safra. Segundo Felippe Reis, analista da Geosys, a umidade do solo é a menor registrada nos últimos 30 anos no Paraná. Os dados mostram que, em 73,2% das áreas analisadas, o plantio do milho ocorreu com umidade de solo abaixo da média, afirma ele.

Mato Grosso do Sul e Goiás também entraram na lista de atraso. Acompanhamento da Geosys indica que os produtores dos dois estados semearam 68,4% e 31,1%, respectivamente, apenas em março.

Sustentável Pelo menos 80% da produção nacional de algodão em pluma tem selo de sustentabilidade, segundo a Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão).

Sustentabilidade 2 A produção é certificada pelo programa ABR (Algodão Responsável Brasileiro), que indica as boas práticas nas fazendas nos quesitos social, ambiental e econômico.

Responsável O produto tem também a vistoria da BCI, uma organização não governamental. Esta atesta a adoção de práticas responsáveis no processo produtivo do algodão.

Safra A produção total de algodão em pluma deverá ser de 2,41 milhões de toneladas na safra 2020/21. Deste volume, 1,92 milhão será certificado. Na safra anterior, a produção de pluma foi de 3 milhões de toneladas.

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