Os fortes custos que recaem sobre a agropecuária começam a interferir no PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio.
Os custos afetam a atividade agropecuária, encurtam margens, reduzem a produção de alguns produtos e afetam a agroindústria e as atividades de serviços voltadas para o setor.
O resultado é que o agronegócio, após dois anos de recordes de crescimento e aumento da representatividade na economia brasileira, perde espaço em 2022.
A participação do agronegócio no total da economia, que era de 27,7% no primeiro semestre de 2021, caiu para 25,5% neste ano, conforme dados de avaliação do PIB apurados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
No primeiro semestre deste ano, o PIB do agronegócio caiu 2,48%, queda provocada pelas retrações de 2,71% no ramo agrícola e de 1,82% no da pecuária.
Um dos motivos da retração do PIB foi o aumento dos custos dos insumos. A alta desses produtos no semestre foi de 22,5%, o que provocou uma queda de 8,9% do PIB das atividades agrícolas dentro da porteira.
A indústria, também afetada pela elevação dos custos, caiu 0,27%, enquanto o setor de serviços, apertado por uma redução de atividades, recuou 3,21%.
No ramo agrícola, a forte alta de 32% dos insumos específicos para o setor auxiliou na queda de 14% do PIB agrícola primário, que mede as atividades dentro da porteira. A agroindústria e o agrosserviço também foram afetados.
No ramo pecuário, a queda do PIB foi de 1,82%, amenizada pela redução dos insumos específicos para o setor, vinda principalmente da ração.
As agroindústrias e o segmento de agrosserviços voltados para o ramo pecuário tiveram quedas maiores do que os do ramo agrícola, segundo o Cepea e a CNA.
Com base nestes números do Cepea, mas com a metodologia do IBGE, o PIB teria subido 0,64% no semestre, com altas de 0,22 no ramo agrícola e de 1,86% no da pecuária.
O IBGE adota o critério de avaliar o volume de produção. Já o PIB do Cepea e da CNA reflete a renda real do setor, sendo consideradas no cálculo variações de volume e de preços reais.
Carne bovina O Brasil perdeu a liderança do início do ano no fornecimento de carne bovina para os Estados Unidos. Se manteve, no entanto, na terceira posição de janeiro a julho.
Carne bovina 2 Neste período, o Brasil foi responsável por 17% da carne bovina importada pelos Estados Unidos. Em igual período do ano passado, o volume havia atingido 9%.
Carne bovina 3 Os brasileiros exportaram 170 mil toneladas para os americanos, 197% a mais do que em igual período de 2021, segundo dados do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Suínos A Agener União, empresa com foco em grandes animais, está criando uma divisão específica para suínos. O setor já representa 7% do faturamento, mas a empresa, uma unidade de negócios da União Química, espera uma evolução crescente.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.