Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Brasil e EUA têm recordes no agro, mas brasileiros se destacam mais

Norte-americanos chegam a US$ 196 bilhões em exportações em 12 meses; brasileiros vão a US$ 149 bi

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O Brasil e os Estados Unidos se aproveitam do bom momento do mercado internacional de commodities e obtêm patamares recordes nas exportações de produtos agropecuários.

Os brasileiros, no entanto, ganham espaço importante em relação aos norte-americanos. Há cinco anos, as receitas brasileiras com as vendas externas nesse setor representavam 68% das dos norte-americanos. Neste ano, já estão em 76%.

Nos últimos 12 meses terminados em setembro, os Estados Unidos registraram um recorde de US$ 196,4 bilhões. No mesmo período, o Brasil conseguiu US$ 149,1 bilhões.

Máquina trabalha em plantação na Ucrânia
Máquina trabalha em plantação na Ucrânia - Viacheslav Ratynskyi - 1º.ago.22/Reuters

Essas receitas recordes estão sendo conseguidas com volumes menores de exportações, compensados pela aceleração dos preços internacionais neste ano.

Efeitos climáticos, que provocam redução de produção, e litígios geopolíticos têm dado sustentação aos preços.

O Brasil vem com uma melhora sensível no mercado externo há vários anos. Elevou a produção interna e tem os produtos desejados pelo mercado internacional.

Já os EUA voltaram a ter maior presença nos últimos dois anos, após a saída de Donald Trump da Presidência. O estilo briguento do ex-presidente fez a presença de produtos norte-americanos diminuir em vários mercados importantes, inclusive no da China.

As receitas com as exportações brasileiras aumentaram 28% em 12 meses, em relação a igual período imediatamente anterior. As norte-americanas tiveram alta de 14%.

O Brasil esteve com maior força do que os Estados Unidos em todos os principais blocos econômicos. Na Ásia, enquanto os norte-americanos obtiveram um aumento de 12% nas receitas de janeiro a setembro, os brasileiros conseguiram 27% a mais.

Na União Europeia, outro importante mercado para os dois países, o Brasil atingiu US$ 21,3 bilhões neste ano, 43% a mais do que em igual período anterior. Os Estados Unidos ampliaram as vendas em 23%.

No Oriente Médio, na África e na América Central, as diferenças foram ainda maiores. As exportações brasileiras para os países do Oriente Médio, incluindo alimentos e outros itens do agronegócio, atingiram US$ 9,4 bilhões até setembro, 71% a mais. As dos norte-americanos aumentaram 21%.

O Brasil conseguiu ampliar a presença inclusive na América do Norte, expandindo as exportações em 22% para a região neste ano. Os Estados Unidos aumentaram em 15% as vendas para seus vizinhos Canadá e México.

A maior participação brasileira na região se deve, em boa parte, aos Estados Unidos, que ampliaram as compras no Brasil. Dados do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicam que os gastos com café subiram 71% neste ano.

Neste mesmo período, os norte-americanos intensificaram em 64% as compras com carne bovina brasileira; em 85% as com tabaco; em 185% as com derivados de leite; e em 180% as com chá.

A soja continua sendo o principal item da balança do agronegócio dos dois países. Até setembro, a oleaginosa rendeu US$ 41,8 bilhões para os brasileiros e US$ 33,3 bilhões para os norte-americanos.


Máquinas agrícolas Apesar do aumento dos custos de produção, a renda do produtor ainda permite que ele faça novos investimentos. Em setembro, foram compradas 6.247 máquinas agrícolas, 20% a mais do que no mesmo mês de 2021.

Máquinas agrícolas 2 Os dados são da Anfavea, que mostra, ainda, que de janeiro a setembro as vendas somaram 49,04 mil unidades, 23% a mais do que em igual período de 2021. As exportações atingiram 7.542 unidades no ano, com evolução de 9,4%.

Arroz Entressafra e maiores exportações elevaram o preço da saca do cereal para R$ 81,28 no Rio Grande do Sul nesta terça-feira (8). Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a alta acumulada é de 1,4% neste mês.

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