Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Guerra afeta exportação de café solúvel, mas faturamento é recorde

Setor exportou 9,1% a menos em volume, mas receita atingiu US$ 706 milhões

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Rússia e Ucrânia, dois importantes importadores de café solúvel do Brasil, pisaram no freio nas compras em 2022. Colocados em 2° e 7° lugares em 2021, recuaram para 8° e 31°, respectivamente, em 2022.

Não foi apenas a guerra do Leste Europeu que provocou uma queda das exportações. Economia mundial em ritmo menor, gargalos e altos custos logísticos, inflação e elevação dos preços das matérias-primas afetaram as exportações. Consumidores com menor renda reduziram as compras.

Alguns países, no entanto, surpreenderam. Entre eles Myanmar, que subiu para a 7ª posição entre os importadores do produto brasileiro, segundo Aguinaldo Lima, diretor de Relações Institucionais da Abics (Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel).

Propaganda de café solúvel da Nestlé nos anos 50 - Divulgação

Outras surpresas são a Indonésia e a Colômbia, países que estão no topo da produção mundial. Os colombianos, devido à sua atuação comercial e à boa imagem que conseguiram no mercado internacional, importam do Brasil para negociar fora, diz Lima.

Com uma estabilidade de 60 anos, a indústria brasileira de café solúvel atrai compradores externos porque tem tecnologia, consegue maior extração e cria produtos conforme as necessidades do cliente, afirma o diretor da entidade.

A apreensão do mercado, porém, é com uma eventual perda de competitividade em relação aos concorrentes. Isso ocorre quando a matéria-prima está mais cara no mercado interno do que no externo. Buscar café lá fora pode ser uma saída, mas sempre há custos extras, segundo Lima.

Plantação de café no sul de Minas Gerais - Sistema Faemg - 23.jul.21

As exportações de café solúvel recuaram para 85,9 mil toneladas no ano passado, após ter atingido 94,4 mil em 2021. A queda em 2022 interrompe uma sequência de quatro anos seguidos de aumento das vendas externas.

Estados Unidos, Argentina e Indonésia foram os principias mercados para o produto brasileiro. Finlândia também ganhou várias posições no ranking ao comprar 3.628 toneladas, 433% a mais do que em 2021. Já as importações russas recuaram 65%; e as ucranianas, 73%.

Segundo a Abics, com maior oferta e diversidade de produtos, o mercado interno de café solúvel também cresce. Em 2022, foram consumidas 999 mil sacas, um recorde histórico.

As exportações de café verde também tiveram um volume menor do que em 2021, mas as receitas subiram para US$ 8,5 bilhões, com evolução de 47%, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Alimentos O custo da alimentação recuou para 0,89% na terceira quadrissemana deste mês, a menor taxa do ano. A queda ocorre devido à perda de pressão das carnes e dos produtos in natura no índice.

Alimentos 2 Segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a carne bovina teve recuo de 0,4% nos últimos 30 dias; a suína, de 0,7%; e a de aves, de 2,4%. A cebola caiu 27%. Já o leite, após um período de retração, voltou a subir nos supermercados.

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