Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Descrição de chapéu América Latina

Órgão internacional de agricultura quer trazer recursos para yanomamis

No Brasil, diretor do IICA se disse preocupado com indígenas

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O diretor-geral do IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura), Manuel Otero, que se encontrou com vários ministros do governo brasileiro na semana passada, ficou impressionado com a situação de fome e de deterioração da saúde dos yanomamis.

O diretor da entidade deixou o país com o propósito de buscar recursos financeiros externos, bem como soluções técnicas de cooperação para a redução dos problemas dos indígenas brasileiros.

O IICA, voltado para o desenvolvimento agropecuário rural, principalmente dos produtores mais necessitados, busca soluções produtivas, tecnológicas, de comunicação e de renda para diminuir a distância econômica entre o produtor rural e o restante da sociedade.

Manuel Otero (à dir.) e o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira
Manuel Otero (à dir.) e o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira - IICA/Divulgação

Por atuar com os olhares voltados para os pequenos produtores, o instituto reúne uma série de experiências nos diversos países onde atua nos campos da sustentabilidade e do desenvolvimento social. São esses programas que o IICA quer desenvolver com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Otero acredita que a entidade pode cooperar muito com as diretrizes do novo governo brasileiro no campo de sustentabilidade, conservação, segurança alimentar, inclusão social e proteção ambiental.

Esse pode ser um caminho para a abertura de novas oportunidades para os produtores, na avaliação do instituto. Otero vê, ainda, a possibilidade de o IICA ajudar no desenvolvimento da bioeconomia, por meio de uma nova fronteira de conhecimentos.

Uma das preocupações da entidade é com o solo, um programa que casa com diretrizes brasileiras de recuperação de terras degradadas, principalmente as de pastagens.

Área desmatada para pastagem na APA do Rio Pardo, território que pertencia à Floresta Nacional Bom Futuro antes da redução e foi rapidamente degradada - Lalo de Almeida 4.set.18/Folhapress

O programa Solos Vivos das Américas do IICA, que estuda a degradação das terras nos vários países onde atua, tem a cooperação do Centro de Manejo e de Sequestro de Carbono, ligado à universidade de Ohio e dirigido por Rattan Lal, Prêmio Nobel da Paz e Prêmio Mundial de Alimentação.

Esse programa do IICA é um alerta para a grave situação da perda de fertilidade dos solos agrícolas, se manifestou João Paulo Capobianco, do Meio Ambiente, nas redes sociais.

Otero quer também que Belém (PA) seja a cidade escolhida para a COP-30. Na avaliação dele, a produção agrícola com menor impacto passa pela proteção dos recursos naturais, com ciência e inovação.

A capacitação das comunidades rurais é importante para a adequação entre produção e meio ambiente. Isso depende, também, de uma nova geração de políticas públicas, afirma o diretor-geral do IICA.

O IICA já tem próximo de 30 projetos no Brasil, em parcerias com governos federal, estaduais e iniciativa privada. Os próximos passos devem focar no fortalecimento da dimensão ambiental do agronegócio brasileiro.

Presença chinesa A China, que forneceu 6 milhões de toneladas de adubo para o Brasil no ano passado, 16% dos 38,2 milhões de toneladas que o país importou, começou 2023 com forte impulso no setor.

Presença chinesa 2 A empresa Wilson Sons realizou o serviço de agenciamento do Affinity Diva, o maior navio até então com fertilizantes que chegou ao país. Com 229 metros de extensão, o navio trouxe 85,2 mil toneladas de sulfato de amônia da China.

Corte na carne Os argentinos, que assim como os brasileiros dependem muito das exportações agropecuárias, estão sentindo na pele a queda nos preços internacionais da carne bovina.

Corte na carne 2 Em dezembro de 2021, os chineses pagaram US$ 4.980 por tonelada de carne bovina. No mesmo mês do ano passado, o preço recuou para US$ 3.160.

Corte na carne 3 A queda ocorreu também nas carnes mais nobres. A Alemanha, que pagou US$ 10.737 por tonelada no final de 2021, reduziu os preços para US$ 7.954 em dezembro de 2022.

No Brasil Esse fenômeno ocorreu também com as exportações brasileiras. A grande variação de preços obtida pelos exportadores da América do Sul em 2022 pode ficar distante em 2023.

Lucro bom No ano passado, as exportações de carne bovina argentina resfriada, congelada e processada somaram 626 mil toneladas, com receitas de US$ 3,24 bilhões. O volume teve alta de 9,5%; e as receitas, de 23%, segundo o Indec (Instituto Nacional de Estatística e Censos) da Argentina.

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