Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Brasil volta a liderar exportação mundial de milho

Dados do Usda apontam para exportações de 52 milhões de toneladas em 2022/23

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Dez anos depois, o Brasil volta a liderar as exportações mundiais de milho. Nos cálculos do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os brasileiros vão colocar 52 milhões de toneladas do cereal no mercado externo nesta safra 2022/23.

Se confirmado, o volume superará em 60% o da safra anterior, que ficou em 32,4 milhões. Para fazer o ranking mundial das exportações, o Usda considera os dados de outubro de um ano a setembro do outro de cada país.

Os norte-americanos deverão comercializar apenas 49 milhões de toneladas do cereal no mercado externo, um volume 22% inferior ao da safra 2021/22, conforme dados divulgados pelo Usda nesta quarta-feira (8).

Um caminhão de reboque é carregado com milho importado do Brasil em um armazém no porto de Tuxpan, no estado de Veracruz, México - Yahir Ceballos - 24.set.2022/Reuters

A primeira vez que o Brasil liderou as exportações mundiais de milho havia sido na safra 2012/13, período em que os Estados Unidos tiveram uma forte retração na produção, devido a efeitos climáticos.

Naquele período, a produção dos Estados Unidos recuou para 273 milhões de toneladas, bem abaixo do patamar de 333 milhões que havia atingido três safras antes.

Em 2012/13, o Brasil ainda produzia 81 milhões de toneladas, mas exportou 26 milhões, acima dos 18,3 milhões comercializados pelos EUA.

Os grandes importadores de milho vão ficar de olho no Brasil neste ano. Os principais produtores mundiais terão quebra de safra, reduzindo as exportações.

A Argentina, que vendeu 39 milhões de toneladas na safra 2021/22, vai colocar apenas 29 milhões no mercado externo nesta safra, considerando o período de outubro a setembro.

A Ucrânia, também importante para o mercado mundial do cereal, deverá exportar 23,5 milhões de toneladas, um volume bem abaixo dos 30 milhões que atingiu antes da invasão russa.

Os principais importadores mundiais serão União Europeia, China, Japão e Coreia do Sul. Todos já aceleraram as compras no Brasil neste primeiro bimestre. Só o Japão e a China já levaram 2,6 milhões de toneladas do produto brasileiro em janeiro e fevereiro.

O acordo de exportação entre Ucrânia e Rússia deverá ser renovado até 18 de março. Se não ocorrer a renovação, o mercado voltará a ficar nervoso, com aumento de preços.

Parte do consumo de milho, devido às dificuldades de oferta e de preços, poderá ser substituída por trigo neste ano.

A produção mundial de milho recua para 1,15 bilhão de toneladas, 110 milhões abaixo do consumo. A brasileira sobe e deverá atingir 125 milhões de toneladas.

O plantio da safrinha, já efetuado em 70% da área destinada ao cereal, continua atrasado em relação aos 80% do ano passado, segundo a AgRural.

No mercado paulista, o preço da saca de milho se mantém em R$ 86, sem grandes alterações desde abril do ano passado, conforme acompanhamento diário do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

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