O preço do leite não dá trégua para a inflação. O valor do litro subiu para R$ 2,66 em janeiro no campo, na média nacional. É a maior média, em termos reais, para esse período do ano segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
O preço pago ao produtor em janeiro está com alta real de 18% em relação ao de igual mês do ano passado.
O produto, que já vem tendo forte reajuste nos supermercados, deverá subir ainda mais. Nos 30 dias terminados em 21 deste mês, em relação aos 30 imediatamente anteriores, a alta acumulada na capital paulista foi de 4,4% para o leite longa vida.
Nos últimos 12 meses, o produto pesou 27% a mais no bolso dos consumidores, conforme acompanhamento de preços da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
O aumento do preço do leite neste período do ano é anormal, uma vez que a captação do produto tende a ser maior. Neste ano, porém, devido ao clima adverso, os produtores tiveram uma perda de 2,1% no volume captado em janeiro em relação a dezembro.
Os pecuaristas têm também uma perda de rendimento devido aos altos custos na produção, o que interfere nos investimentos e, consequentemente, no aumento da oferta. Em janeiro, o custo operacional subiu 0,7%, segundo Cepea. Em algumas regiões, o cenário é ainda pior. A limitação da produção em Minas Gerais fez o preço subir 22% em janeiro.
A menor oferta de leite continua em fevereiro, embora o Cepea ainda não tenha os dados finais do período. Em Minas Gerais, o leite voltou a subir no campo, atingindo média de R$ 3,05 por litro na primeira quinzena de fevereiro, 8% a mais do que em janeiro.
Poder de renda fraco e queda na demanda, no entanto, limitam as negociações das indústrias com os pontos de distribuição do produto.
A menor oferta interna e a alta dos preços favorecem as importações do setor, que atingiram o equivalente a 157 milhões de litros em janeiro, 2,3% a mais do que no primeiro mês de 2022.
Grãos têm queda generalizada
O mercado de grãos teve forte queda nesta terça-feira (28), tanto na área internacional como na nacional. Soja e farelo registraram os principais recuos de preços na Bolsa de Chicago.
Vários fatores provocaram essa desaceleração. O principal deles foi uma correção técnica dos preços após altas elevadas nas últimas semanas, provocadas por efeitos climáticos em importantes países produtores, como a Argentina.
Após seca prolongada e até geadas, as preocupações com a quebra de safra dos argentinos já foram precificadas pelo mercado.
As pressões vindas do mercado brasileiro, devido ao atraso na safra de soja, diminuem com o avanço da colheita. Acompanhamento da AgRural indica que as máquinas já colheram 33% da área semeada com a oleaginosa.
A demanda chinesa, em especial para a soja, está mais fraca, e as compras do país asiático perderam força no mercado norte-americano. Os preços também caem no Brasil. No porto de Rio Grande (RS), a soja recuou para R$ 173 por saca, com queda de R$ 3 no dia. Em Sorriso (MT), a queda foi de R$ 2, com o valor da saca caindo para R$ 143.
O contrato de soja para maio teve retração de 2,2% em Chicago nesta quinta; o do farelo, 3,1%; e o do óleo, 0,5%. Milho e trigo também seguiram a tendência de queda, o mesmo ocorrendo com açúcar e algodão. Estes dois últimos são cotados em Nova York.
Desoneração Para a Unem (União Nacional do Etanol de Milho), o governo demonstra responsabilidade fiscal e maturidade ao determinar a volta gradual da cobrança dos tributos federais sobre gasolina e etanol.
Desoneração 2 A medida respeita a competitividade do etanol frente à gasolina e estabelece a paridade da carga tributária anterior, promovendo o incentivo à cadeia de biocombustíveis.
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