Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Vaivém das Commodities

China acelera compras de milho brasileiro; Argentina, de soja

Chineses são segundo em importação do cereal nacional; argentinos, o quarto na oleaginosa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O Brasil começa 2023 com dois novos clientes na área de commodities. A China, ausente do mercado brasileiro de milho até o ano passado, assumiu a segunda posição no ranking das importações do cereal neste primeiro bimestre.

Já a Argentina, a terceira maior produtora e exportadora de soja, foi o quarto principal mercado para a oleaginosa brasileira em janeiro e fevereiro. Os argentinos compraram 226 mil toneladas no bimestre, o maior volume para o período desde 2016.

Com quebra de safra devido à seca, a Argentina teve de recorrer ao mercado externo para complementar sua demanda interna.

Os chineses, cada vez mais dependentes de milho importado nos anos recentes, liberaram o cereal brasileiro para as compras em 2022 para não ficarem tão dependentes do produto norte-americano.

A China importou do Brasil 1,1 milhão de toneladas deste cereal entre janeiro e fevereiro, ficando atrás apenas do Japão, que adquiriu 1,5 milhão de toneladas, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Campo de milho na região de Planaltina, no DF - Pedro Ladeira - 15.mai.20/Folhapress

As exportações brasileiras de milho foram acentuadas no primeiro bimestre deste ano, somando 8,45 milhões de toneladas. Metade desse volume ficou com os quatro maiores importadores, todos da Ásia.

As exportações de trigo, embora tenham recuado no primeiro bimestre, ainda estão em patamar bem elevado para o período em análise.

Já a soja, líder da pauta de exportação no ano passado, perdeu espaço neste início de ano. Devido ao atraso da colheita, as exportações de janeiro a fevereiro recuaram para 6 milhões de toneladas.

A China ficou com 68% das exportações nacionais deste ano. No primeiro bimestre do ano passado, as vendas externas haviam atingido 8,72 milhões.

Acompanhamento da AgRural desta segunda-feira (6) apontou que a colheita de soja deste ano se restringe a 43% da área plantada. Chuvas no Paraná e em Mato Grosso do Sul impedem o trabalho das colheitadeiras.

Aceleradas As exportações de carne de frango atingiram US$ 1,59 bilhão nos dois primeiros meses deste ano, 24,5% acima do valor de igual período de 2022. Em volume, as vendas externas somaram 800 mil toneladas, com alta de 11%.

Aceleradas 2 Os dados são da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), com base na Secex. A China liderou as importações no período, com a compra de 112 mil toneladas.

Inflação Os preços dos alimentos no mercado atacadista registram deflação nos últimos 12 meses. De março de 2022 a fevereiro de 2023, os produtos agropecuários recuaram 3,74%.

Inflação 2 Os dados são do IGP-DI da FGV. No mês passado, no entanto, após a deflação de 0,56% em janeiro, os alimentos voltaram a subir no atacado, ficando 0,26% mais caros.

Inflação 3 Segundo a FGV, as maiores altas do mês passado foram de café, ovos e leite. Entre as quedas, estavam soja, carne bovina, bovinos e batata-inglesa.

Milho A safra de verão dos paranaenses teve rendimento médio de 9.564 kg por hectare. Com isso, o volume produzido sobe para 3,7 milhões de toneladas, acima dos 2,98 milhões de 2022, segundo o Deral (Departamento de Economia Rural).

Soja Com produtividade média de 61,6 sacas por hectare, a produção de 2022/23 de Mato Grosso sobe para 44,3 milhões de toneladas. Os dados do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) apontam crescimento de 8,4% desta safra, em relação à anterior.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.