Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities

Preços maiores sustentam balança no primeiro bimestre

Soja e milho sobem, mas carne bovina cai

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O agronegócio acumula US$ 21 bilhões nas exportações do primeiro bimestre deste ano, com alta de 4,4% em relação a igual período de 2022.

Esse aumento é sustentado pelos preços médios mais elevados em relação a igual período do ano passado, uma vez que produtos importantes como a soja estão com queda no volume exportado.

Dois produtos essenciais para a balança comercial, no entanto, não conseguem repetir os preços do primeiro bimestre do ano passado: carne bovina e café.

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Cafezal ao amanhecer em Cristais Paulista (SP) - Rafael Cautella - 18.mai.22/Folhapress

As exportações da proteína, que recuaram para 327 mil toneladas de janeiro a fevereiro, renderam 13% a menos. Dados do Ministério da Agricultura, com base na Secex (Secretaria de Comércio Exterior), mostram um preço médio de US$ 4.692 por tonelada, 12% a menos do que em 2022.

O café verde, após a aceleração dos preços do mercado externo no ano passado, provocada por geadas e seca no Brasil, rendeu US$ 1,1 bilhão no bimestre, 29% a menos. Além de um volume 24% inferior nas exportações, os preços recuaram 5,4%.

O saldo do primeiro bimestre deste ano foi sustentado pelas altas da soja e das carnes suína e de frango, todas com elevação de 12% nos preços no período.

Outro suporte da balança continua sendo o milho, que acumula aumento de 141% no volume e 183% nas receitas. A dificuldade de outros grandes exportadores em colocar o cereal no mercado internacional permitiu ao Brasil comercializar 8,4 milhões de toneladas neste ano, com receitas de US$ 2,45 bilhões.

Açúcar, frutas, suco de laranja, fumo e celulose completam a lista dos produtos que estão, neste ano, com preços superiores aos do início de 2022.

A alta, porém, onera as importações. Os preços médios do trigo e do arroz estão 28% superiores aos de há um ano. Os lácteos, cujas importações aumentaram 149%, para 39 mil toneladas, tiveram elevação de 12%.

Ordenha em fazenda em Descalvado (SP) - Eduardo Knapp - 14.ago.20/Folhapress


Café carbono neutro Embalagens recicláveis, reflorestamento na mata atlântica e compras de café em fazendas com práticas de agricultura regenerativa propiciam a redução e neutralização de emissões de carbono na cadeia produtiva de café. É o que levou a Nescafé a conquistar um selo Carbono Neutro para sua linha de produtos Nescafé Origens do Brasil.

Inédito Esse é um marco inédito entre as grandes marcas de café do país, e o resultado está diretamente ligado a quatro pilares de atuação na área de sustentabilidade, segundo a empresa.

Regenerativa Entre os pilares de sustentabilidade estão a implantação de práticas agrícolas regenerativas para melhorar o solo e para proteger os recursos hídricos e a biodiversidade, além do plantio de árvores em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica.

Da fazenda ao consumidor A obtenção do selo Carbono Neutro está ligado, ainda, à redução da pegada de carbono em toda a cadeia de fornecimento, que vai das fazendas de café às embalagens, chegando ao consumidor final.

Créditos de carbono Faz parte ainda dessa obtenção do selo a compensação das emissões remanescentes de gases de efeito estufa, por meio de créditos de carbono verificados e de alta qualidade, afirma a empresa.

Inovação A tecnologia se aproxima cada vez mais do processo de produção no campo, e o produtor vai se adaptar mais a essa nova realidade. A ABPO (Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável) aposta em quatro tendências para este ano.

Rastreabilidade É uma ferramenta que garante o controle de qualidade dos sistemas de produção na pecuária, por meio da documentação das diversas etapas. Captação e transmissão de dados agilizam e tornam confiáveis as informações de procedência e da qualidade dos produtos em tempo real.

Bioinsumos Uma nova opção para o produtor, os insumos biológicos —processos ou tecnologia de origem vegetal, animal ou microbiana— são voltados para o controle de pragas e de doenças ou para melhorar a fertilidade no processo produtivo.

Terroir Normalmente relacionada à produção de vinho, café e queijo, as condições do ambiente físico e as propriedades geográficas também estão sendo exploradas por produtores e avançando cada vez mais na pecuária. Além de indicar qualidade e valorização aos produtos, o terroir traz benefícios ao bioma Pantanal.

Sustentabilidade A conservação do meio ambiente e a proteção da biodiversidade também estão alinhadas com a produtividade e o lucro, na avaliação da ABPO.

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