Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Com quebra na Argentina, farelo de soja é destaque nas exportações brasileiras

Receitas atingem US$ 5 bi de janeiro a maio, com alta de 18% no ano

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O farelo de soja foi um dos destaques das exportações do setor agropecuário do Brasil no mês passado. Pela primeira vez, o produto liderou o ranking das exportações do setor classificado pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior) como indústria de transformação.


O país colocou 2,76 milhões de toneladas de farelo de soja no mercado externo em maio, 38% a mais do que em igual mês do ano passado.


Principal exportadora mundial de farelo, a Argentina está com problema na produção desse insumo, devido à quebra de safra da soja provocada por seca na região. O Brasil ocupa parte do mercado deixado pelo país vizinho. As exportações brasileiras deverão atingir 21 milhões de toneladas no ano.

Colheita de soja na Argentina - Juan Mabromata/AFP

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Nos quatro primeiros meses, as receitas com o farelo de soja já somam US$ 5,1 bilhões, superando em 18% o valor de janeiro a maio do ano passado. O volume aumentou em 10% no período, e os preços médios praticados subiram 7%, conforme dados da Secex.

As exportações de soja em grão, devido ao atraso da safra brasileira e ao ritmo mais lento de vendas pelos produtores nos meses anteriores, atingiu 15,6 milhões de toneladas em maio, um recorde para o período, mas ainda abaixo dos 16,1 milhões de abril de 2021.

O volume do mês passado supera em 47% o de igual período de 2022, e as receitas sobem 23%. Os preços praticados pelo mercado externo, no entanto, foram 16% inferiores aos de há um ano.

As exportações de arroz também continuam sendo destaque neste ano. De janeiro a maio, as vendas externas somaram receitas de US$ 240 milhões, 48% a mais do que em igual período do ano passado. A oferta interna do cereal caiu neste ano e a produção, pela primeira vez nos últimos 25 anos, ficará abaixo de 10 milhões de toneladas, conforme dados da Conab.

O cenário melhorou para as proteínas de aves e suína, que tiveram aumento nas vendas, mas piorou muito para a carne bovina, que registrou retração de 26% nas receitas acumuladas no ano. O volume embarcado caiu 11%, e os preços tiveram redução de 17%, em média.

O mercado chinês, o principal para a carne bovina brasileira, foi fechado logo após a ocorrência do caso atípico de vaca louca no Pará. Já está reaberto, e as exportações totais somaram 168,5 mil toneladas no mês passado, 11% a mais do que em maio de 2022.

Conforme os dados ainda preliminares da Secex, as exportações da agropecuária, sem os produtos da industria de transformação, como açúcar e carnes, somaram US$ 9,2 bilhões no mês passado, 16% a mais do que em igual mês do ano passado. No acumulado do ano, as receitas são de US$ 35 bilhões, com aumento de 7,5%.

Superação no campo O Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) inicia, a partir de domingo (4), uma campanha que vai mostrar uma série de exemplos de superação de produtores rurais nas cinco regiões do país.

Superação no campo 2 A campanha será veiculada nas principais emissoras de TV, em rádios e nas redes sociais nos próximos dois meses. As mensagens trarão experiências e depoimentos de produtores de diversas culturas.

Superação no campo 3 O objetivo da campanha, em uma primeira etapa, é mostrar produtores de mel, queijo, milho, leite, café e hortaliças. Eles vão apontar os efeitos sobre a produção que as instituições de serviços de aprendizagem e seus técnicos podem levar ao campo.

Milho Os dados deste mês da StoneX indicam uma produção de 102,9 milhões de toneladas do cereal na segunda safra. Somado esse volume aos da primeira e da terceira safras, a produção total do país poderá atingir 133,75 milhões de toneladas.

Milho 2 Com uma produção tão elevada, os estoques finais do cereal subiriam para 16,2 milhões de toneladas em 2022/23, acima dos 10,5 milhões de 2021/22.

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