Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Safra dos EUA tem as piores condições desde 2012, ano da grande seca

Naquela safra, perda de milho foi de 103 milhões de toneladas

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As expectativas de safra nos Estados Unidos passam a ser avaliadas com base no comportamento do clima. As condições das lavouras americanas neste período do ano são as piores desde 2012, quando o país registrou uma intensa quebra na produção de grãos.

A resposta do mercado a esse temor de uma eventual repetição de 2012 foi a de uma alta nos preços em Chicago. A elevação ocorreu tanto pelo clima como por participação de fundos no mercado.

Por ora, não há sinais evidentes de quebra, mas o cenário nos Estados Unidos influencia as cotações em Chicago e dá um pouco de alívio ao produtor brasileiro, segundo Daniele Siqueira, analista da AgRural, de Curitiba.

Há uma semelhança nas condições atuais com as de 2012, principalmente porque o solo está seco, como ocorria naquela safra. Em 2012, a segunda metade de junho foi marcada por um clima quente, o que se repetiu com maior intensidade em julho. Isso provocou a quebra da safra de milho.

Colheita de milho no estado de Idaho (EUA) - Shannon Stapleton - 29.out.21/Reuters


Neste ano, a temperatura tem caído, mas chove pouco, o que preocupa o setor. Se junho não repetir as condições adversas de há uma década, a safra não deverá ter o mesmo comportamento daquele ano, afirma Siqueira. Em 2012, a temperatura voltou a cair em agosto e safra de soja teve uma quebra menor.

Para o Brasil, a alta de preços em Chicago é favorável. É um dos poucos alentos para a recuperação de preços, afirma a analista da AgRural. O câmbio está em queda e os prêmios são negativos, uma vez que ainda há muita soja para ser comercializada.

Não há espaço, porém, para muita elevação, mas ajuda o produtor a desovar parte da safra que está sendo comercializada com atraso.

Uma repetição do cenário de 2012 nos Estados Unidos neste ano alteraria todo o quadro de oferta mundial. A perda naquela safra foi de 103 milhões de toneladas de milho, que recuou para 273 milhões, e de 4 milhões na de soja, que caiu para 83 milhões.

Os preços do mercado interno, que tiveram uma recuperação na semana passada, permaneceram praticamente estáveis nesta segunda-feira (20). A saca de soja esteve em R$ 126,50 em Cascavel (PR) e em R$ 109 em Sorriso (MT). A saca de milho se manteve em R$ 55 em Cascavel e em R$ 33 em Sorriso, conforme acompanhamento de preços da AgRural.

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