Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Clima reduz valor de produção agrícola no RS

Estado tem participação menor no ranking nacional

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Os efeitos climáticos adversos deixam o Rio Grande do Sul mais uma vez neste ano na sexta posição nacional no ranking dos estados com as maiores receitas vindas da agropecuária. Quando somados os valores de produção das lavouras e da pecuária, a participação do estado recua para 7,6% no contexto nacional.


Os dados são do Ministério da Agricultura, que estima um VBP (Valor Bruto de Produção) de R$ 88 bilhões neste ano para o estado. O valor é próximo ao de 2022, quando o estado já estava sofrendo com o clima, mas bem abaixo dos R$ 119 bilhões de 2021, conforme dados corrigidos pela inflação. Naquele ano, o Rio Grande do Sul ocupava a quarta posição no ranking nacional.

Cidade de São Sebastião do Caí, atingida por fortes chuvas nos últimos dias - Mauricio Tonetto/Secom RS


O estado vem apresentando queda de receitas nos últimos dois anos exatamente nos produtos de maiores destaques. A receita com lavouras fica em R$ 55,9 bilhões em 2023, após ter atingido R$ 86 bilhões há dois anos. Produção menor e queda nos preços internacionais retiram renda dos produtores.

O Valor Bruto da Produção do milho está há dois anos em R$ 4 bilhões no estado, 36% abaixo do volume financeiro de 2021. Os gaúchos perdem muito também com o trigo. Produção recorde no ano passado e preços elevados deixaram no campo US$ 9,1 bilhões. Para este ano, a estimativa do Ministério é de apenas R$ 4,8 bilhões.

Além de uma queda nos preços da commodity, as chuvas estão afetando a qualidade do cereal, e, boa parte da produção, será destinada à ração animal, com menor valor.

O arroz foi na contramão e trouxe mais renda. A safra foi menor, uma vez que houve redução de área de plantio para o cereal no estado. Demandas interna e externa mais aquecidas e preços internacionais elevados puxaram os valores para cima.

Produção de arroz no assentamento Filhos de Sepé, em Viamão (RS) - Daniel Marenco/Folhapress

Em algumas áreas do estado, a saca de arroz já supera R$ 120, o que gera ganhos para os produtores que conseguiram segurar o produto até esse período de entressafra. Conforme estimativa de outubro, feita com base em dados de produção e de preços daquele mês, o VBP do arroz deverá subir para R$ 12,4 bilhões neste ano, com alta de 16% sobre o de 2022.

No setor de pecuária, o ritmo das receitas segue o do restante do país. Os preços internacionais da carne bovina caíram, e o volume exportado foi menor. O valor de produção do estado neste ano recua para R$ 6,4 bilhões, com queda de 10% em relação ao do ano anterior.

As receitas com frango diminuem 6%, mas as com carne suína, devido ao aumento das exportações, sobem para R$ 5,8 bilhões no estado, com elevação de 7%.

O leite, impulsionado pela alta dos preços internos em boa parte dos últimos 12 meses, vai gerar um valor de produção de R$ 8 bilhões no estado, 4% a mais do que em 2022, segundo os cálculos do Ministério da Agricultura.

Recuperação A tonelada de trigo paranaense foi negociada a R$ 1.327 nesta quarta-feira (22), segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). O aumento acumulado é de 18% no mês.

Recuperação 2 Milho e soja também mostram ligeira recuperação, com alta de 2% no acumulado do mês. A saca de soja no Paraná subiu para R$ 145; e a de milho, para R$ 61 na região de Campinas.

Arroz O cereal mantém a escalada de preços neste final de ano. O valor médio da saca subiu para R$ 116 no Rio Grande do Sul, segundo o Cepea. No mês, a alta acumulada é de 9%.

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