Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities
Descrição de chapéu Estados Unidos alimentação

Mesmo com safra brasileira, café inicia mês com elevação de preço

Incertezas sobre produção do Vietnã e riscos climáticos no Brasil causam a alta

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Em plena safra brasileira e com aumentos previstos de produção no Brasil e no Vietnã, os preços do café voltaram a subir nesta terça-feira (4). O contato de julho foi negociado a US$ 2,31 por libra-peso, com alta de 2,1%. No dia anterior, já tinha subido 1,8%.

Gil Barabach diz que o mercado está construindo um patamar mais elevado para o produto. Está em uma escalada de alta, e bastante volátil.

Há incerteza sobre a safra do Vietnã, e, no caso do Brasil, o país está à beira da entrada do inverno, o que aumenta o risco das lavouras na segunda quinzena de junho e em julho. Além disso, o café brasileiro está com tamanho menor e queda no volume beneficiado.

Produtor de café carrega grãos do produto em uma fazenda em Minas Gerais - Douglas Magno/AFP

Barabach , avaliando o setor cafeeiro no programa "Em conversa com os Analistas", da Safras & Mercado, diz que a seca de abril atrasou a florada no Vietnã, o que gerou um ambiente de muita dúvida sobre o tamanho da próxima safra no país.

O mercado trabalhava com uma colheita menor, de 24 milhões de sacas, o que forçou uma alta dos preços. O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), no entanto, divulgou uma safra de 29 milhões na semana passada, e os preços caíram. Deste volume, apenas 1,15 milhão de sacas é de café arábica.

A ausência de café, porém, tanto do Brasil como da Indonésia, cuja produção deverá atingir 11 milhões de sacas, gera mais volatilidade aos preços. O café novo do Brasil não aparece no mercado porque está sendo encaminhado para contratos já firmados antes.

Essa incerteza em relação à produção mundial, mesmo com a entrada da safra brasileira, gera a volatilidade de preços, segundo o analista.

A safra brasileira está dentro da normalidade, embora haja uma preocupação com a safra de conilon e com o tamanho dos grãos do arábica. O produtor, no entanto, aproveitou o período de pico de abril para efetivar vendas, e agora está menos afobado para colocar o café no mercado.

O cafeicultor está escalonando as posições de venda, o que é uma estratégia extremamente interessante para o momento, afirma o analista da Safras & Mercado.

A safra brasileira de café, conforme a estimativa mais recente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), deverá atingir 58,8 milhões de sacas, 7% acima da anterior.

A produção do café tipo arábica será de 42,1 milhões de sacas, e a de conilon, 16,7 milhões. A área em produção utilizada pelos produtores brasileiros soma 1,9 milhão de hectares, enquanto a do Vietnã é de 600 mil.

O preço mais elevados do café permite aos aos produtores aumentar os investimentos e manter as áreas em produção. Segundo o Usda, cresce a substituição de pés de café antigos por variedades mais produtivas e mais tolerantes à seca.

As ocorrências meteorológicas vão se tornar mais frequentes ao longo do tempo nos cafezais, devido às alterações climáticas, segundo o órgão norte-americano.

As reduzidas áreas de cobertura florestal e a redução das águas subterrâneas, utilizadas na irrigação, representam um desafio de longo prazo para os produtores vietnamitas, segundo o relatório do Usda.

Em busca do Oriente A ApexBrasil assinou parceria com a rede de varejo Lulu Hypermarket, gigante no Oriente Médio. O protocolo de intenções foi assinado durante visita do vice-presidente Geraldo Alckmin a Riade, capital da Arábia Saudita, nesta segunda-feira (3).

Em busca do Oriente 2 A parceria prevê ações de promoção comercial para até 200 produtos brasileiros no mercado saudita, segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.

Em busca do Oriente 3 Para Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, o objetivo da parceria é expandir o envio de produtos brasileiros ao exterior, oferecendo ao consumidor contato direto com artigos e mercadorias do Brasil.

Semana do Brasil A parceria com o Lulu deverá promover, em novembro, a semana do Brasil nas principais lojas do estabelecimento na Arábia Saudita, com distribuição de amostras, degustações e sessões de cooking show.

Semana do Brasil 2 A parceria dá um sentido prático aos esforços que Brasil e Arábia Saudita têm empreendido para aprimorar ainda mais a relação comercial que mantêm, segundo a ApexBrasil. O comércio bilateral entre os dois países ficou perto dos US$ 7 bilhões no ano passado.

Antecipando o futuro A Embrapa desenvolveu duas cultivares de alface crespa (BRS Leila e BRS Mediterrânea) que suportam temperaturas mais elevadas. Os pesquisadores simularam um cenário de 30º durante 45 dias, com o intuito de antecipar efeitos das mudanças no clima do planeta.

Antecipando o futuro 2 A cultivar BRS Leila apresenta um atraso no florescimento da planta, o que a faz resistir, em média, dez dias a mais de calor, enquanto a BRS Mediterrânea atinge o ponto de colheita mais rápido, sete dias antes das cultivares similares no mercado.

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