Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Safra mundial cheia mantém desafio para produtor na comercialização

Produção de soja vai a 429 milhões de toneladas, 8,5% a mais; a de milho fica estável

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São Paulo

Vem aí uma safra cheia de grãos pela frente, o que obriga o produtor a ficar ainda mais atento à comercialização. Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualizaram seus números neste início de semana.

A produção de soja vem como uma das surpresas. O bom desempenho das lavouras nos Estados Unidos deve elevar a produção dos americanos para 125 milhões de toneladas em 2024/25.

Para o Brasil, mesmo antes do início de plantio, o Usda estima uma safra recorde de 169 milhões de toneladas. A Argentina, terceira maior produtora mundial, terá 51 milhões.

Estrada cruza lavoura de soja na zona rural de Luis Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia. - Lalo de Almeida/Folhapress

Se o andamento das lavouras do Brasil e da Argentina seguir os padrões esperados pelos americanos, o mundo terá uma safra recorde de 429 milhões de toneladas, 8,5% a mais do que na anterior.

Ainda é cedo para uma estimativa de 2024/25, uma vez que o clima não dá tréguas em área nenhuma do planeta. Confirmados esses números, no entanto, os estoques mundiais de soja sobem 20%, para 134 milhões de toneladas. Serão suficientes para 122 dias de consumo, segundo a AgRural.

No relatório de oferta e demanda divulgado na segunda-feira (12), o Usda mantém a produção brasileira deste ano em 153 milhões de toneladas, volume superior aos 147 milhões divulgados pela Conab nesta terça-feira (13).

A boa notícia é que o consumo compensa parte dessa evolução de produção. Na safra 2023/24, os chineses importaram 111,5 milhões de toneladas. Na 2024/25, serão 109 milhões. O consumo mundial, que ficou estável em 23/24, cresce 8,5% em 24/25, atingindo 403 milhões.

No caso do milho, há uma perda de produção tanto no Brasil como nos Estados Unidos, mas sobe na Argentina. O dado desta terça-feira da Conab reajusta um pouco para cima a safrinha, mas ainda indica 116 milhões de toneladas no total da safra, 12% a menos do que na anterior.

Nos Estados Unidos, com a melhora do desempenho das lavouras e o aumento de produtividade, a produção fica em 385 milhões de toneladas, mas ainda abaixo do recorde de 390 milhões do período anterior.

Líder do mercado mundial no ano passado no milho, o Brasil vai enfrentar a concorrência dos americanos, argentinos e ucranianos nesta safra. A Conab espera vendas externas de 36 milhões de toneladas na safra 2023/24, e o Usda estima 49 milhões para o Brasil em 2024/25.

Segundo a AgRural, os números dos estoques finais do milho não mudam muito, ficando em 310 milhões de toneladas, o suficiente para 92 dias de consumo.

Ritmo forte A produção de carnes mantém aceleração no segundo trimestre deste ano, conforme dados provisórios divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira.

Ritmo forte 2 O peso das carcaças produzidas de abril a junho sobe para 7,34 milhões de toneladas, quando consideradas as carnes bovina, suína e de frango.

Destaque O setor de bovinos teve ritmo melhor, com evolução de 17% na produção deste segundo trimestre, em relação a igual período anterior. Serão 2,6 milhões de toneladas. A produção de carne suína sobe 0,9%, e a de frango, 2,1%.

Leite Ao contrário das carnes, a captação de leite recua para 5,8 bilhões de litros no período, 6,3% a menos do que no segundo trimestre de 2023, segundo o IBGE.

Milho As exportações deste mês ganham ritmo e devem chegar a 6,3 milhões de toneladas, mas ainda ficam abaixo das ocorridas em agosto do ano passado, quando somaram 9,3 milhões. Os dados são da Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), com base na escala de embarques nos navios neste mês.

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