Vinicius Mota

Secretário de Redação da Folha, foi editor de Opinião. É mestre em sociologia pela USP.

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Alguns aspectos da intervenção no Rio

É preciso saber se a medida vai melhorar ou piorar o quadro inicial da segurança

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​​São Paulo - O que vai acontecer na segurança pública do Rio sob intervenção federal? Quais serão as consequências políticas da medida? Na linha da largada, quando ainda predomina um nível baixo de informação, eis o pouco a afirmar:

1. A ação tem amplo respaldo popular, apurou pesquisa Ibope solicitada pelo Planalto. O resultado fica dentro do padrão das mobilizações similares anteriores;

2. O brasileiro confia nas Forças Armadas mais do que nas outras instituições testadas pelo Datafolha em junho de 2017;

3. Os militares brasileiros desenvolveram larga capacitação em intervenções urbanas na área da segurança pública. Mais de 10% do contingente esteve no Haiti ao longo dos 13 anos da missão da ONU;

4. Na comparação com a bagunça e com o grau de infestação delinquencial das polícias do Rio, é provável que o efeito inicial da intervenção federal seja positivo;

5. Bons operadores não são necessariamente bons reformadores. Está para ser testada a habilidade dos militares na tarefa de reorganizar o policiamento regular;

6. Reformar a polícia só não é mais difícil do que sanear as contas do Rio. Esta segunda reforma é condição para o sucesso da primeira;

7. A intervenção federal foi jurídica e historicamente anômala ao manter na função o governador do Rio;

8. Falta explicação fundamentada sobre por que a medida foi tomada para o Rio, mas não para outros Estados em situação de calamidade ao menos parecida;

9. O apoio popular à intervenção não causará aumento necessário na popularidade de Temer. A economia já melhorou, mas não houve impacto na aprovação do presidente;

10. A crítica fácil vai dizer que a intervenção “não resolve” o problema do Rio. A questão não é essa. É preciso saber se a medida vai melhorar ou piorar o quadro inicial, diante de outras opções de ação.
 

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