Walter Casagrande Jr.

Comentarista e ex-jogador. É autor, com Gilvan Ribeiro, de "Casagrande e seus Demônios", "Sócrates e Casagrande - Uma História de Amor" e "Travessia"

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Walter Casagrande Jr.

Camisa e história pesam muito na Champions

Há surpresas e zebras na fase de grupos, mas no mata-mata os clubes grandes ficam enormes

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A Champions League é um torneio espetacular e difícil, mas, na minha opinião, é aquele em que a história dos clubes e o peso da camisa mais têm influência.

Na primeira fase, às vezes, acontecem algumas surpresas, como foi a vitória do Sheriff Tiraspol em Madri contra o grande campeão Real Madrid, na temporada passada.

O volante Yaya Toure participa do sorteio dos grupos da Champions League
O volante Yaya Toure participa do sorteio dos grupos da Champions League - Murad Sezer-25.ago.22/Reuters

Mas é na fase do mata-mata que alguns clubes ficam enormes e as camisas pesam toneladas, casos do próprio Real Madrid, do Liverpool e do Bayern de Munique –aqueles times que todo ano são favoritos.

Assisti ao sorteio da fase de grupos desta próxima temporada, na quinta (25), sob o comando do meu amigo André Henning e com todos da TNT, que conhecem muito sobre a Champions.

Eu disputei e venci com o Porto a antiga Copa dos Campeões na temporada 86/87 numa final histórica, com um 2 a 1 em cima do grande Bayern, em Viena. Na época, o torneio era só mata-mata e juntava os campeões nacionais.

Estava voltando de uma grave lesão, havia rompido todos os ligamentos do tornozelo nas quartas contra o Brøndby, da Dinamarca.

Fizemos o teste no dia anterior, mas não sentimos confiança, mesmo com o treinador Arthur Jorge querendo me escalar de titular na partida mais importante da história do clube. Vi, do banco, os meus amigos Juary e Futre arrebentarem nessa final.

Foi uma sensação incrível e uma festa fantástica na cidade do Porto, com as pessoas nas ruas esperando o time e lotando o antigo estádio das Antas.

Falando do sorteio, achei que tudo foi bem distribuído.

No Grupo A, acredito na classificação do Liverpool, com Napoli e Ajax disputando a segunda vaga. Mas o Rangers pode complicar jogando em Glasgow.

No Grupo B, acredito no Atlético de Madrid e no Bayer Leverkusen. Vejo o Porto brigando para passar também e o Brugge podendo tirar pontos na Bélgica.

O Grupo C, pelos nomes e histórias dos times, parece ser o mais difícil, mas acho que não fugirá do que todos esperam. O Bayern é um dos favoritos ao título e, portanto, teoricamente, será o primeiro colocado, porque os elencos atuais da Inter e do Barcelona ainda não estão à altura da história e do peso de suas camisas e vão brigar pelo segundo lugar.

Agora, o Grupo D, para mim, é o mais complicado, porque todos são do mesmo nível. Ali tem boas equipes, mas nenhuma foi a campeã do seu país na temporada anterior. Todos podem passar.

O Grupo E acompanha os dois primeiros, porque vejo Milan e Chelsea como favoritos, mas o Salszburg e o Dínamo Zagreb serão adversários indigestos.

No F é onde está o maior campeão de todos os tempos da Champions e, para mim, o grande favorito novamente, que é o Real Madrid. Já vejo o time passando voando para a outra fase e deixando uma guerra pela disputa da outra vaga.

O Leipzig é melhor que o Shakhtar, mas vai ter que brigar muito para conseguir a segunda vaga. Talvez aquele que perder menos pontos para o Celtic possa passar, mas fiquem de olho no time escocês, porque, dependendo dos resultados em casa, pode entrar nessa luta, sim.

No Grupo G temos o time de Pep Guardiola como grande favorito, condição reforçada pela presença do Haaland. O City será mais agressivo do que nos outros anos, tendo em campo uma máquina de fazer gols.

Já no Grupo H, o último, vejo o PSG como favorito para se classificar.

O Campeonato Francês não é parâmetro, mas o time tem amassado os adversários, com Neymar e Mbappé –apesar de problemas– em ótima fase. A Juve tem tudo para ficar com a segunda vaga, mas o Benfica é perigoso.

O Maccabi Haifa vai se divertir disputando a Champions.

A primeira fase da Champions também será marcada pelo reencontro de jogadores importantes com seus ex-clubes, a começar por Haaland com o Borússia e Lewandowisk com o Bayern.

Bom, é assim que vejo esse início de Champions, que é um torneio difícil e às vezes traiçoeiro. Não acredito, porém, que a taça fuja dos tradicionais times.

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