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Mauricio Stycer biografa o Homem do Sapato Branco, pai do jornalismo de Datena

Livro sobre Jacinto Figueira Júnior, precursor do sensacionalismo mundo cão, vai sair pela Todavia

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O jornalista e crítico de mídia Mauricio Stycer entregou seu próximo livro para a editora Todavia, a ser publicado no próximo semestre. É uma biografia do Homem do Sapato Branco, como ficou conhecido nacionalmente o apresentador Jacinto Figueira Júnior, o pai do jornalismo mundo cão.

homem de óculos escuros e cabelo branco sentado em sofá, fotografado debaixo de modo a mostrar seu sapato branco
O apresentador Jacinto Figueira Júnior, o Homem do Sapato Branco, em dezembro de 1979 - Acervo/Folhapress

Esta expressão, aliás, foi popularizada pelo próprio showman, segundo Stycer. Nos anos 1960, ele foi precursor dos programas televisivos sensacionalistas que expõem a ação da polícia, clamam pela punição violenta de crimes e destilam preconceito no ar.

"Quando fiz meu livro sobre Silvio Santos, ‘Topa Tudo por Dinheiro’, vi mais claramente como Jacinto foi importante para Silvio a ponto de ele ter resgatado o apresentador como um dos pilares de sua
programação ultrapopular no SBT da década de 1980."

Quando o autor, que mantém uma coluna na Folha, se debruçou sobre a vida de Figueira, logo se deu conta de seu pioneirismo num tipo de jornalismo policial que saía às ruas para filmar a realidade com tintas de escândalo e depois culminaria em figuras como José Luiz Datena e Sikêra Jr. —ou, segundo Stycer, em Ratinho, que deixou o Homem do Sapato Branco magoado ao não reconhecer a enorme influência que sofreu de suas ideias.

Nem é preciso dizer que, além da repercussão de Figueira na televisão, seu estilo pitbull contribuiu para uma lógica de "bandido bom é bandido morto" que ecoa frontalmente na política de hoje.

pintura de mulheres negras vestidas de branco
JÁ MANDEI BOTAR DENDÊ - Daiely Gonçalves ilustrou a capa do livro 'Um Pé na Cozinha', um estudo sobre a história do trabalho de mulheres negras da pesquisadora Taís de Sant'Anna Machado, que sai pela Fósforo - Daiely Gonçalves/Divulgação

CATANDO A POESIA Em comemoração aos 120 anos de Carlos Drummond de Andrade, a José Olympio prepara o relançamento de uma obra sua que não era editada desde 1955. "Viola de Bolso", publicada originalmente há 70 anos, terá todos os poemas da edição anterior, além de marcas feitas à mão e anotações inéditas encontradas pelos herdeiros do itabirano —talvez o lançamento de maior peso desde que os direitos de Drummond voltaram à Record, em 2021.

POSSO VER AS VITRINES A Autêntica publica no ano que vem o único livro de Judith Butler ainda inédito no Brasil, "Subjects of Desire". Na mesma cajadada, comprou os direitos de "Que Mundo é Este? Uma Fenomenologia Pandêmica", uma reflexão mais recente da autora, que sai já em novembro.

SOMBRAS A SE MULTIPLICAR E a Boitempo também preenche lacuna relevante ao publicar "Febre de Cavalos", livro de estreia do cubano Leonardo Padura, um romance cheio de suspense lançado em 1982 que deixa de ser inédito aqui este ano.

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