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Manuscritos inéditos de Abdias do Nascimento no Carandiru viram livro

Publicado pela Zahar, 'Submundo - Relatos de um Penitenciário' sai em maio e relata vidas pregressas de prisioneiros

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SÃO PAULO, SP, BRASIL, 18-02-2001: Vista aérea da Casa de Detenção do Carandiru, em que presos faziam rebelião contra invasão da PM e contra a tranferência dos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), em São Paulo (SP). (Foto: Evelson de Freitas/Folhapress) Folhapress

A Zahar tem nas mãos um volume inédito de Abdias do Nascimento, multiartista e um dos principais pensadores da cultura negra do Brasil, que pretende levar às livrarias no próximo mês de maio.

A obra parte de manuscritos nunca publicados que o autor escreveu enquanto estava preso no Carandiru, devido a um processo de insubordinação militar, no começo da década de 1940. O título do livro será "Submundo – Relatos de um Penitenciário".

O autor decidiu registrar por escrito as conversas que teve com outros encarcerados sobre suas vidas e as razões que levaram a suas prisões —um dos entrevistados é autor do midiático Crime da Mala—, incluindo um relato detalhado da própria experiência de Nascimento ao entrar no cárcere.

O intelectual passou pouco mais de um ano ali, e o livro também funciona como retrato de um Carandiru muito diferente do que se solidificou no imaginário popular, com superlotações e escândalos de violência que culminaram no massacre de 1992.

A impressão de seu editor, Fernando Baldraia, é que Nascimento já fez essas anotações pensando em transformar em livro mais adiante, o que nunca aconteceu até hoje. O escritor estava na casa dos 20 anos na época dos acontecimentos.

Baldraia também nota que a questão racial não é um tema abordado de frente no livro, o que sugere que o ativismo antirracista de Nascimento ainda não estava totalmente consolidado. "Basta ver que nenhum dos personagens que ele seleciona para entrevistar é negro. A maioria é de imigrantes pobres."

Pinturas de Márcia Falcão ilustram edição do conto 'Pai Contra Mãe', de Machado de Assis, que sai pela Cobogó - Divulgação

ELEMENTAR Editora de Agatha Christie no Brasil, a HarperCollins prepara uma coleção caprichada resgatando autores clássicos que ajudaram a solidificar o gênero suspense nos séculos 19 e 20 e acabaram menos lembrados que a criadora de Hercule Poirot. Os livros do Clube do Crime, como a nova coleção será chamada, terão posfácios de especialistas contextualizando cada obra e capas de luxo ao estilo vintage assinadas pela ilustradora Giovanna Cianelli.

MEU CARO WATSON A coleção estreia em janeiro com "A Morte do Adivinho", do americano Rudolph Fisher, considerado o primeiro romance policial publicado por um autor negro nos Estados Unidos, em 1932, e ainda inédito no Brasil. O livro conta a história de dois jovens do Harlem que buscam descobrir o assassino do curandeiro do bairro antes que a polícia os pegue.

ALÔ, LUISA MELL A WMF Martins Fontes comprou os direitos para publicar "Justice for Animals", da filósofa americana Martha Nussbaum, um livro ainda inédito nos Estados Unidos. Nele, uma das mais influentes intelectuais contemporâneas de seu país advoga em defesa de uma ética voltada aos animais. A proposta é elaborar a teoria normativa mais robusta até aqui sobre como proteger os direitos dos mais diversos seres da fauna mundial contra os danos da ação humana.

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