Descrição de chapéu Obituário José Ricardo Ortiz D'Elia (1947 - 2018)

Mortes: Carateca, paulistano foi inventor das superacademias

Fundador da Fórmula e da Cia. Athlética, foi campeão pan-americano de caratê

ANTONIO MAMMI
São Paulo

Quando Marcos Valle lançou "Estrelar", hino da cultura fitness dos anos 1980, Ricardo D'Elia já tocava seu quarto empreendimento. Os 1.700 m² da Marathon eram insuficientes para absorver a demanda dos clientes e um congestionamento humano se formava em frente às catracas nos dias úteis, pouco antes ou depois do horário comercial.

D'Elia certamente não criou um estilo de vida, mas descobriu um filão: o das academias poliesportivas, onde é possível fazer musculação, aulas de dança ou treinar lutas.

Se hoje esses espaços estão incorporados à paisagem dos grandes centros, o cenário era outro quando o empresário e preparador físico entrou no mercado. Eram ambientes pequenos, separados por gênero –homens praticavam halterofilismo ou artes marciais, mulheres tinham que se contentar com jazz ou outras coreografias aeróbicas.

Sua expertise vinha mais da atuação como esportista do que como negociante. Multicampeão de caratê na década de 70 (também esteve à frente da federação paulista da categoria), começou a praticá-lo aos 15 anos, após a morte do pai. "Foi a forma de canalizar a agressividade naquele momento", diz o filho Caio.

Equilibrou-se. Ao longo da vida, teve oito academias. Associava-se a investidores e, logo depois das inaugurações, começava a maquinar inovações. Vendia sua participação e embarcava em outra. Foi cofundador da Companhia Athlética e da Fórmula, referências em SP, e importou o treinamento funcional para o país junto com o filho Luciano.

Morreu no dia 28, aos 70, de câncer de esôfago. Deixa mulher, três filhos e seis netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br


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