Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Manifestantes protestam contra a morte de Marielle na Maré, no Rio

Vereadora do PSOL assassinada na última quarta nasceu e foi criada no complexo no Rio

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Rio de Janeiro

​Centenas de pessoas fizeram neste domingo (18) manifestação no complexo da Maré, zona norte do Rio, em repúdio ao assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, na noite da última quarta-feira (14).

Marielle nasceu e foi criada no complexo, que compreende 16 favelas. O ato foi promovido por organizações sociais do local, mas atraiu moradores de outras regiões da cidade, políticos e artistas.

A marcha fechou por cerca de uma hora um trecho da Linha Amarela, uma das principais vias de acesso ao Rio, que corta a comunidade. Na linha de frente, mulheres negras da comunidade seguravam uma faixa que dizia "Marielle e Anderson: presente! Hoje e sempre!".

"Pensaram que iriam nos amedrontar com essa atitude, mas estamos aqui", afirmou a deputada federal Benedita da Silva, primeira vereadora negra da história do Rio, em 1982. "Depois de mim, foram mais dez anos até a Jurema Batista [eleita pela primeira vez em 1992] e, depois, mais de dez anos até Marielle", disse.

Durante a marcha, os manifestantes gritaram palavras de ordem pela desmilitarização da polícia e contra a intervenção federal na área de segurança do Rio, que completou um mês neste sábado (16).

Os discursos, restritos aos moradores, tiveram relatos de casos de parentes perdidos para a violência na região, que já chegou a ser ocupada pelo Exército em 2014, mas continua sofrendo com tiroteios e guerras entre facções.

"Não podemos achar normal perdermos hoje uma irmã e amanhã, um filho" disse uma das oradoras. 

Colega de partido de Marielle, o deputado estadual Marcelo Freixo disse confiar que a polícia solucionará o caso rapidamente. "Quem atentou contra ela atentou contra a democracia. A gente precisa saber quem fez isso e qual foi a intenção", afirmou.

"A última palavra não vai ser da violência e da barbárie", disse o deputado federal Alessandro Molon (PSB/RJ). Na terça (20), será realizado um ato ecumênico no centro do Rio em homenagem à vereadora.

 

ENTENDA O CASO

A vereadora Marielle Franco (PSOL), 38, foi morta na noite de quarta (14) na zona norte do Rio. Ela e o motorista do carro em que estavam foram baleados e ambos morreram. Uma assessora que a acompanhava sobreviveu. 

Ela voltava do evento "Jovens Negras Movendo as Estruturas", uma roda de conversa na Lapa (centro), quando foi interceptada pelos criminosos.

A vereadora era aliada de Marcelo Freixo, que ficou em segundo lugar na eleição para prefeito do Rio. Segundo ele, nem o partido nem a família de Marielle sabiam de ameaças contra ela.

"Cabe à polícia investigar. Há caminhos para se investigar esse crime", afirmou. Para ele, a morte de Marielle "é um crime contra a democracia, um crime contra todos nós". Chorando, disse que a conheceu jovem, há dez anos, quando ela começou a trabalhar com o deputado. "Era uma pessoa muito importante na luta contra o racismo no Rio", disse ele.

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