Na casa dos 40 anos e pai de duas crianças pequenas, José Ginaldo recebeu o diagnóstico: teria que tomar remédios para pressão alta.
Foi o alerta necessário para mudar o estilo de vida. Passou a andar de bicicleta. Como tinha feito natação na época de faculdade, voltou a nadar também. E, já que gostava de correr, juntou tudo e tornou-se um praticante do triatlo.
Apaixonou-se. Acordava antes das 4h para pedalar ou correr, tomava banho e ia para o trabalho como diretor de pesquisa no Ifal (Instituto Federal de Alagoas) de Marechal Deodoro (AL). Na hora do almoço, nadava. E após o expediente, dava uma corridinha ou andava de bicicleta, a depender do treino matinal.
A rotina rigorosa aliada a um ativo trabalho acadêmico --era doutor em química-- poderia sugerir que não sobrava tempo para a família. Nada mais distante da verdade.
Era um "paizão amoroso", nas palavras da mulher, Adriana, com quem estava há 18 anos, desde que se conheceram no curso de química da Ufal (Federal de Alagoas). "Ele tinha que brincar com elas, ajudar a fazer as tarefas, botava pra dormir, levava junto para acompanhar os treinos. Arrumava um jeito de estar com elas o tempo todo."
Aos 43, José Ginaldo estava radiante. Gozava de saúde e excelente forma física, bem-estar na família e na carreira. Como amigos reconheceram, vivia na sua plenitude. No último dia 25, não treinou de manhã. Quis passar o dia, um domingo, com as filhas. No fim da tarde, decidiu dar uma "carreirinha". Foi atropelado por um carro. Deixa a mulher, Adriana, as filhas Ana Júlia e Ana Clara, e três irmãos.
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