"Esta é uma discussão bizantina", dizia Marco Antonio Colombini, a fim de encerrar os intermináveis debates nas refeições familiares.
Homem prático, Colombini gostava de saber como as coisas funcionavam. Em sua casa, raras foram as vezes em que foi preciso um técnico para consertar algo. Em geral, ele próprio desmontava o eletrodoméstico, descobria a sua lógica e fazia o reparo sozinho --e sem custos.
Por ter facilidade com os números, passou a dar aulas particulares de matemática para ajudar a família após a morte do pai, quando tinha cerca de 14 anos. Cursou engenharia civil e, aos 30, com perfil empreendedor, abriu a própria construtora.
Trabalharia nela até o fim da vida. "Era o que ele gostava de fazer: obra", diz a mulher, Solange. "A realização dele era isso."
Comilão, era um apreciador de carnes e massas. Lazer, para ele, era sair para comer, algo em que nunca foi comedido.
Aos herdeiros, transmitiu o dom de encarar as contas de maneira simples. "Pensa assim", dizia, ao introduzir a forma com que lidava com os números, induzindo a um raciocínio menos complexo. Assim, anulava o mito de que a matemática é difícil.
Não por acaso, dois de seus três filhos são engenheiros. A primogênita, inclusive, herdou o talento de ensinar e hoje leciona matérias de exatas.
Colombini se foi no dia 31 de janeiro, de maneira tranquila, após uma parada cardíaca enquanto dormia.
Deixa a mulher por quase meio século, Solange, três filhos e sete netos.
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