Descrição de chapéu Obituário Francisco Milioli Netto (1940 - 2018)

Mortes: 'Cabeça-dura', viveu de dar opiniões e amar os esportes

Jogador de sinuca e canastra, fez carreira comentando futebol

Francisco Milioli Netto (1940-2018)
Francisco Milioli Netto (1940-2018) - Arquivo pessoal
Paulo Gomes
São Paulo

No quadro-negro da sinuca, o nome dos competidores era indicado pelas iniciais. Por um erro, em vez de FMN escreveram FNN para Francisco Milioli Netto, e ele virou "Fenenê", uma maneira de ler as consoantes e talvez brincar com os 18 anos do rapaz.

As apostas em bares de Porto Alegre garantiam o sustento do adolescente, que tinha saído de casa na região carbonífera, sul catarinense, após brigar com o pai.

De volta a Criciúma, atuou como comentarista na rádio Eldorado. Comentava de tudo. Política, esporte, cultura. Era um autodidata. Lia muito e não se furtava a dar opiniões fortes e críticas.

Francisco Milioli Netto (1940-2018)
Francisco Milioli Netto (1940-2018) - Arquivo pessoal

Quando por algum motivo entrava em desacordo com os donos da rádio, não tinha problema: deixava o emprego. Voltou por diversas vezes, e trabalhou ainda como colunista em jornais locais, escrevendo crônicas e também opinando sobre temas de diversas esferas.

Seu forte era o esporte, o futebol em especial. Conhecia tanto do tema que chegou a ser diretor de futebol do Criciúma, na segunda metade dos anos 1980. Ajudou a formar a equipe que venceria a Copa do Brasil de 1991 e exerceu o mesmo cargo no Avaí.

Em 1992, já estava de volta às transmissões para a Copa Libertadores, ao lado de Galvão Bueno na rede OM.

A sinuca da juventude seria substituída pelo carteado —virava noites jogando canastra.

Morreu no dia 6, aos 77, por falência de múltiplos órgãos após uma tardia manifestação de ELA (esclerose lateral amiotrófica). Deixa a mulher Maria Marlene, com quem esteve por meio século, quatro filhos, cinco netos e oito irmãos.


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