Motoristas de diversas categorias, como motoboys, fretados e vans, fizeram manifestações em apoio à paralisação de caminhoneiros na cidade de São Paulo nesta segunda-feira (28). Muitos se dizem afetados pela alta dos combustíveis e, por isso, decidiram organizar atos na capital.
Na Paulista, cerca de 200 vans escolares ocuparam duas faixas nos dois sentidos da avenida durante a manhã. Apenas uma pista para carro e a exclusiva de ônibus ficaram livres. Antes do ato, uma carreata de vans fez um buzinaço na avenida 23 de Maio, corredor que liga a zona sul à norte de São Paulo, gerando um congestionamento.
"A categoria encontra-se com sérias dificuldades, pois cada transportador ao final do mês sente muito no bolso mediante os impostos cobrados e o custo absurdo do combustível", afirma nota assinada pela presidente do Sindicato de Transporte Escolar do Estado de São Paulo, Denise Rodrigues Mendes.
Segundo a entidade, a manifestação foi uma forma de apoiar os caminhoneiros, mas também um protesto para alertar sobre o impacto do aumento do combustível na categoria.
No início da tarde, o ato de vans se dispersou, mas cerca de cem pessoas ficaram reunidas no vão livre do Masp pedindo intervenção militar no país com bandeiras do Brasil.
O sindicato não informou qual foi a adesão da categoria à paralisação desta segunda. A entidade representa cerca de 13 mil veículos na capital (quase metade das peruas que rodam na cidade). As vans atendem as redes públicas e também escolas privadas.
O Sindicato não disse se a paralisação segue nesta terça. "Depende de vários fatores, um deles seria o combustível. Não temos onde abastecer em muitos locais", diz Mendes. Ao contrário da semana passada, o sindicato que representa os trabalhadores contratados por empresas não participam da paralisação desta segunda. As empresas reúnem 15 mil trabalhadores.
As redes estadual de ensino SP e a da capital paulista não informaram qual foi o impacto da paralisação nas escolas.
No início da tarde, outro protesto tomou conta da avenida Paulista. Cerca de 20 caminhões e vans carregadas com geradores de energia fizeram um buzinaço em apoio à greve dos caminhoneiros.
Escoltados por carros da Polícia Militar, os manifestantes atuam em serviços de aluguel e entrega de geradores. Carregando bandeiras do Brasil e tocando nos rádios o hino nacional, eles se dizem duplamente prejudicados pela alta do preço do diesel: combustível que alimenta tanto seus veículos como os geradores com que trabalham.
“Dependemos do diesel ainda mais que os outros”, disse Edson Aparecido Miranda , 32, motorista e operador do Grupo Geradores.“Acredito que nossa briga não seja só pelo nosso grupo, mas pelo Brasil”, afirma Carlos dos Passos, 37, no volante de seu caminhão.
Durante a manhã, ônibus fretados ocuparam parcialmente a avenida Dr. Chucri Zaidan, na zona sul. Segundo a Polícia Militar, que acompanhou o ato, os manifestantes fizeram uma carreata pelas avenidas Nações Unidas e Engenheiro Luís Carlos Berrini e, por fim, se dispersaram.
CIDADE ISOLADA
De manhã, motoboys fizeram uma barricada em Caieiras (Grande SP), isolando a cidade. Com pouco mais de 98 mil habitantes, Caieiras recebe muitos trabalhadores de cidades do entorno por conter uma dezena de fábricas nos segmentos de plástico e papel.
Em outro ponto, na Marginal Tietê, motociclistas se revoltaram com a falta de gasolina nas bombas de um posto de combustíveis e fecharam a via totalmente, na altura da rua Engenheiro Caetano Alvares, por volta de 11h20. Uma equipe de policiais militares fez um desvio improvisado no local.
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