Descrição de chapéu greve dos caminhoneiros

Motoristas enfrentam quatro horas de espera e fila de 2 km em posto do Rio

Quatro postos têm combustíveis na capital para venda à população

Lucas Vettorazzo
Rio de Janeiro

Um dos quatro postos abastecidos com combustível no Rio, em São Cristóvão, zona norte da capital fluminense, tem uma fila de 2 km de extensão e com uma espera média de até quatro horas.

Os motoristas que conseguiam abastecer às 13h30 tinham chegado no posto às 9h30 desta segunda-feira (28). Duas longas filas estão formadas, uma para motos e outra, para carros. 

Segundo o instalador de TV a cabo, Marcílio Dantas, 25, no início da manhã imperou a desordem no local. Muitas pessoas furavam a fila e enchiam galões plásticos, o que é proibido por lei. Quatro filas de motocicletas chegaram a ser formadas e a situação só ficou controlada com a chegada da PM e da Guarda Municipal. 

Dantas trabalha de moto, circulando pela residência de clientes para instalar os equipamentos. Ele disse que o tanque de sua moto aguentou o trabalho na semana passada, mas nesta segunda ele está sem trabalhar. 

"Eu bati o ponto, mas não vou receber parte do dinheiro por esse dia perdido de trabalho. Estou deixando de receber o aluguel da moto, que a empresa paga, e o vale alimentação", disse ele que tinha 30 motos na sua frente da fila. 

 

No início da tarde, o posto de bandeira da Ipiranga deixou de atender clientes a pé para encher galões, reservando o serviço apenas para veículos.

Muitos motoristas empurravam seus carros em direção a bomba. A Folha encontrou na fila um carro da Prefeitura do Rio, carros de reportagem de duas emissoras de TV, uma kombi de transporte público da região e até um veículo de uma funerária. 

Márcio Flávio, 33, motorista de uma funerária, disse que está há três dias sem poder trabalhar. "Nós recebemos por retirada [de caixões]. Se eu não rodar, eu não ganho", disse ele. 

O motorista de aplicativo Roberto Reis, 64, aguardava na fila desde as 9h para abastecer com álcool. Ele conseguiu trabalhar no final de semana, porque seu carro também roda com gás, mas precisa de álcool para dar a partida do motor. 

Reis disse apoiar os fundamentos da greve, mas reclamou de seus efeitos.

"Está claro que é um protesto para forçar a barra do [presidente Michel] Temer. O lado humano fica comprometido com esse transtorno de desabastecimento, mas o protesto é legítimo", disse.

Combustível

Quatro postos já têm combustíveis no Rio, e a previsão é que cada um dos 850 postos da capital recebam pelo menos 5 mil litros de combustível cada nos próximos dias

Pelo menos quatro postos no Rio estão abastecidos com combustível para a venda à população. Segundo o Sindicomb, o sindicato dos postos da capital fluminense, donos de três postos foram surpreendidos na manhã desta segunda-feira (28) com caminhões tanque das distribuidoras escoltados por viaturas da Polícia Militar.

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