Descrição de chapéu greve dos caminhoneiros

Maioria dos postos de combustível já atende clientes em 11 capitais

Gargalo após ato de caminhoneiros segue principalmente no Sudeste e Sul

São Paulo

O abastecimento está sendo retomado gradualmente na maioria dos grandes centros, e 11 capitais brasileiras nesta terça-feira (29) têm mais da metade de seus postos com etanol e gasolina, a maior parte no Norte e Nordeste do país.

No nono dia da paralisação dos caminhoneiros, a situação ainda é crítica em São Paulo e em outras 14 capitais: o cenário é de filas quilométricas de carros e motos, bombas de gasolina vazias e placas nos postos de "não temos mais gasolinas". Nestas capitais não há etanol e gasolina em mais da metade dos postos.

 

Além de São Paulo, a situação quase "zerada" de combustível acontece no Rio e Belo Horizonte, em todas as capitais do Sul (Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba), em Brasília, Cuiabá e Goiânia, no Centro-Oeste, nas nordestinas Recife, Aracaju, João Pessoa, Natal e Teresina, e em Palmas, única capital do Norte desabastecida.

Na capital paulista, sem mais os bloqueios de sindicalistas, caminhões deixaram as distribuidoras para abastecer os tanques secos de ao menos 300 postos, com retomada gradual do abastecimento.

Em situação mais confortável está o Norte e parte das capitais do Nordeste. Tem maioria dos postos garantidos com etanol e gasolina Manaus, Belém, Porto Velho, Rio Branco, Macapá, Boa Vista, e também Salvador, Fortaleza, Maceió, São Luís, Campo Grande e Vitória. 

O colapso atingiu principalmente os maiores centros urbanos do Sudeste e Sul. Se os tanques paulistanos estão secos praticamente em 99% dos postos, no Rio a situação não é diferente: somente 10% dos 830 postos da cidade receberam combustível —​e acompanhados deles, filas tomam muitos quarteirões e horas do dia de motociclistas e motoristas.

No Rio será preciso 5 dias, diz o Sindcomb, para normalizar a situação. ​BH segue mesma linha, só 13% dos postos com algum combustível.

No Sul, a situação de Florianópolis é uma das mais críticas: não há etanol ou gasolina em nenhum dos 250 postos da ilha. E ao contrário das outras capitais, sequer há previsão de início de reabastecimento.

Mesmo grandes capitais nordestinas enfrentam filas, como no Recife; em João Pessoa, 45 dos 140 estabelecimentos apenas estão com bombas abastecidas. A situação é inusitada se comparada à vizinha Maceió, onde há combustível em todos os 120 postos. Salvador, depois de viver situação de filas quilométricas, hoje tem 175 dos 250 postos com combustível.

Nas capitais do Norte, os moradores veem filas para abastecer o carro apenas pela TV, de moradores do Sul e Sudeste. Manaus está totalmente normalizada: todos os 320 postos foram abastecidos, depois de ficarem em situação crítica na última sexta-feira. Belém está com o fornecimento normalizado. 

Apesar de a greve já ter acabado no Amazonas, a promessa de redução de R$ 0,46 na bomba do diesel ainda não foi cumprida e preocupa o setor, segundo Luiz Felipe Pinto, do Sindicombustíveis-AM. “Caiu 17 centavos o preço do diesel na distribuidora, mas o preço do etanol já aumentou em 17 centavos. Um consumidor está pagando pelo desconto do outro."

Em Rio Branco, 80% dos postos estavam abastecidos. Em Boa vista, apesar da situação normalizada, há a a situação de grevistas controlarem a saída de caminhões para abastecer postos. A exceção do Norte é Palmas: nenhum dos 54 postos com combustível.

No Centro-Oeste, o desconforto está em Cuiabá, Brasília e Goiânia. A capital federal conta com apenas 28% com combustível. A exceção é Campo Grande, onde 80% dos 148 postos estão com fornecimento normalizado.
 

(Mônica Prestes, de Manaus, Moisés Sarraf, de Belém, Fábio Pontes, de Rio Branco, Cecília Santos, de Palmas, Felipe Corona, de Porto Velho, Jéssica Alves, de Macapá, Camila Dell Agnol, de Boa Vista, Samuel Nunes, de Curitiba, Laura Loth, de Florianópolis, Fernanda Canofre, de Porto Alegre, Luísa Leite, do Rio, Dhiego Maia, de São Paulo, Lucas Rezende, de Vitória, Alvim Bossuet, de Belo Horizonte, João Valadares, do Recife, Rodrigo Meneses, de Salvador, Cledivânia Pereira, de Natal, Aline Martins, de João Pessoa, Danielle Menezes, de Aracaju, José Linhares Jr., de São Luís, Yala Sena, de Teresina, Marcel Rizzo, de Fortaleza, Katia Vasco, Maceió, Pablo Rodrigo, de Cuiabá, Cleomar Almeida, de Goiânia, e Natália Cancian, de Brasília)  ​

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