Braço direito do interventor federal na segurança no Rio deixa cargo

General Mauro Sinott era responsável pela logística das operações em favelas cariocas

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Militares fazem patrulhamento na estrada da Gávea, que corta a favela da Rocinha, na zona sul do Rio. - Eduardo Anizelli/Folhapress
Rio de Janeiro

O general Mauro Sinott Lopes deixou o cargo de chefe de gabinete da intervenção federal na segurança pública do Rio. Sua dispensa foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 6.

Sinott era considerado o braço direito do interventor, o general Walter Braga Netto. Ele era apontado como o oficial responsável por idealizar a logística das operações contra o crime organizado em favelas cariocas que passaram a ter o apoio de homens do Exército.

A intervenção federal foi decretada pelo presidente Michel Temer em fevereiro com prazo até 31 de dezembro. Braga Netto assumiu as funções de secretário de Segurança e acumulou a gestão dos Bombeiros e do sistema penitenciário do estado.

Segundo o gabinete de intervenção, Sinott deixou o cargo para assumir o comando da 3ª Divisão do Exército, em Santa Maria, Rio Grande do Sul. Sinott, que acumulava o cargo de Comandante da 1ª Divisão do Exército, no Rio, deveria ter seguido para o Rio Grande do Sul em março deste ano, mas se manteve na capital fluminense devido aos trabalhos no gabinete de intervenção.

Em seu lugar assume o general Paulo Roberto de Oliveira, que ocupa o cargo de chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Leste desde agosto de 2016. Natural de Curitiba, ele já comandou a 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada, em Cascavel, no Paraná.

Intervenção na Rocinha

A saída de Sinott ocorre dias após violentos confrontos entre militares, policiais e líderes de facções criminosas na favela da Rocinha, na zona sul do Rio.

No último sábado (8), as Forças Armadas, a Polícia Federal e as polícias do Rio de Janeiro iniciaram uma operação para ocupar a Rocinha e outras três favelas. Ao todo, 16 pessoas foram presas e um suspeito foi ferido em confronto.

Foi a primeira vez desde o início da intervenção federal no Rio, em fevereiro deste ano, que as Forças Armadas se mobilizaram para atuar na Rocinha — considerada área altamente instável e onde há tiroteios frequentes desde o ano passado.

Morte de delegado

Também nesta semana, o inspetor chefe da DCOD (Delegacia de Combate à Drogas) foi morto com um tiro na cabeça. Na tarde desta terça-feira (12), Ellery de Ramos Lemos foi atingido durante uma operação na favela de Acari, na zona norte do Rio. Ele foi socorrido ao hospital municipal Albert Schweitzer, em Realengo, zona oeste, mas já chegou ao local morto.

Lemos já é o terceiro policial civil morto este ano. Dentre policiais militares, os números atingem a marca das 56 vítimas, a maior parte durante o período de folga.


 

 
 

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