Um policial militar de folga reagiu a um assalto nesta segunda-feira (23), em São Paulo, e matou um dos ladrões. O outro fugiu com o carro do policial, que depois foi recuperado.
O caso ocorreu no Itaim Paulista, na altura do número 401 da rua Enseada das Garoupas. Era por volta das 7h20 de segunda quando o PM estava estacionado com um colega vigilante em seu carro, um Honda Civic branco.
Vídeo de câmera de vigilância mostra quando os dois homens abordam o carro, que tinha acabado de dar partida. Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública, o homem que abre a porta do motorista é Bruno Quinta da Natividade.
Bruno retira o policial do carro, enquanto seu comparsa entra no veículo. Do lado do passageiro, o vigilante que estava com o PM abre a porta e também deixa o Civic.
Enquanto brigava com Bruno, o policial sacou a arma. O assaltante então corre e tenta entrar no veículo, e é possível identificar ao menos dois disparos do policial pelas costas de Bruno, que cai. O colega do assaltante foge com o carro após o primeiro tiro.
A secretaria informou que o homem atingido, Bruno, foi levado ao hospital Santa Marcelina, mas não resistiu aos ferimentos.
O carro do policial foi encontrado abandonado na rua Manuel Barbalho de Lima, após colidir com um poste, a menos de um quilômetro do local do crime. O veículo foi devolvido ao dono após perícia do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, da Polícia Civil).
O caso foi registrado como roubo, morte decorrente de oposição à intervenção policial, e localização, apreensão e entrega de veículo roubado. Foi instaurado inquérito no DHPP para investigar o caso. O colega de Bruno Quinta da Natividade está foragido.
Letalidade policial
Em maio, a policial militar Katia Sastre reagiu a assalto em Suzano (Grande SP) e matou o assaltante, em frente a uma escola. Katia também estava de folga. Após o caso, ela foi homenageada pelo governador de São Paulo, Márcio França (PSB), contrariando filosofia da PM de reduzir a taxa de letalidade.
Ao assumir como novo comandante da Polícia Militar, no final de abril, o coronel Marcelo Vieira Salles pediu uma reflexão sobre as mortes.
No dia da homenagem de França, caso semelhante ao de Suzano ocorreu em Guarujá. Um policial de folga reagiu a assalto em farmácia e matou o criminoso.
Em 2017, o número de mortos pelas polícias paulistas bateu recorde, com 943 casos, dado mais alto desde 1992.
A violência não é exclusividade das corporações, no entanto. Na outra ponta, levantamento da Folha mostrou que de cada dez ataques a policiais, em nove eles acabam feridos ou mortos —a maioria em roubos, como o caso desta segunda.
Em 2016, um PM que trabalhava como motorista de Uber reagiu a uma tentativa de assalto e matou os três bandidos. Assim como Katia Sastre, ele foi elogiado publicamente por políticos.
Veja dicas de como civis e policiais devem agir em situações de roubo.
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