A comunicação na Paraíba da segunda metade do século 20 se confunde com a história de Ariosto Sales.
Nascido na pequena Picuí, iria novo para Campina Grande, polo do interior paraibano. Lá, construiu uma trajetória na imprensa que passou por rádio, jornal e televisão.
Órfão muito jovem do pai, precisou se desdobrar para garantir o sustento familiar. Seria locutor nas rádios Cariri e Borborema, dos Diários Associados.
Era o final dos anos 50, quando o futebol local fazia a transição para o profissionalismo com o Campinense —à época, apenas o Treze tinha equipe profissional.
Com a efervescência futebolística proporcionada pelos clubes locais, os narradores das rádios viveram também um momento de destaque.
Foi nesse cenário que Ariosto floresceu. Chegou a ser diretor esportivo da Borborema e recebeu diversos convites para integrar equipes de outras rádios pelo Nordeste, sempre negados.
Nomeado diretor da TV Borborema, foi responsável por formar a equipe daquela que seria uma das primeiras emissoras de televisão no Norte e Nordeste do Brasil.
Formado em ciências econômicas, fez especialização em administração em Mexicali, na fronteira do México com os EUA. Lá, recebeu convite para lecionar, algo que havia feito brevemente na Paraíba. Recusou gentilmente. Seu lugar era Campina.
Não deixou nunca, porém, de ensinar, ainda que não formalmente. Estava sempre orientando novos profissionais. "Era irrestritamente solidário, sempre na expectativa de ajudar", diz o amigo Benjamim Bley, que o compara a uma árvore frondosa.
Morreu aos 81, em Campina Grande, após período com Alzheimer. Deixa três filhos.
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