Coveiro filósofo de cemitério em SP reflete sobre a morte; veja vídeo

Fininho faz uma reflexão sobre a morte; vídeo também tem descrição para cegos

O filósofo e coveiro Fininho
O filósofo e coveiro Fininho - Reprodução
São Paulo

"A morte não pode ser um desejo, mas também não pode ser uma coisa que você possa repelir a todo momento. A morte chegando é o fim de tudo, acabou. Não precisa ter tanto medo. Você sabe que você vai morrer".

Há 23 anos trabalhando como coveiro, Osmair Camargo Cândido tem conhecimento de causa para refletir sobre a morte e também sobre a função que exerce. "Carregar cadáver e sepultar sempre foi um ato para os estratos mais baixos da sociedade. Os escravos, os índios", afirma Fininho.

Filósofo, diz que ao observar as lápides ​é possível fazer uma pesquisa sobre igualdade na morte. Segundo o coveiro, para alguns "só falta colocar neon na sepultura".

No cemitério, Fininho cria gatos. "Lá tem o Fernando Henrique", diz, sobre um que não está com os outros para ser alimentado. "Ele come sozinho, não gosta muito do povo."

Neste dia de Finados, confira o vídeo com a entrevista de Fininho dada à Folha.

Confira a versão acessível do vídeo:

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