Doria deve nomear educador e enfrenta pressões na Segurança Pública

Tucano também levará secretários da prefeitura para o governo estadual

São Paulo

O futuro governo paulista sob João Doria (PSDB) tem como preferido para Secretaria de Educação o educador Mozart Neves Ramos, do Instituto Ayrton Senna, e enfrenta pressões para nomear o titular da Segurança devido à rivalidade entre as polícias Civil e Militar. 

O tucano deve fazer os anúncios a conta-gotas, como fez antes de assumir a prefeitura. Nesta segunda-feira (5), ele anunciou Gilberto Kassab (PSD) para a Casa Civil. Na terça (6), haverá nova coletiva para anunciar novos nomes. 

O educador Mozart Ramos havia sido convidado na época em que Doria assumiu a prefeitura, mas não aceitou na ocasião. Agora, foi novamente chamado para integrar o governo tucano. 

Ele já teria se reunido com a equipe tucana algumas vezes para tratar dos detalhes. 

Doria foi eleito tendo como principal prioridade a Segurança. Entre as promessas para área, estava a de nomear um policial para chefiar a pasta, quebrando a tradição de escolher um membro do Ministério Público para a função. 

Entre os nomes, surgem vários policiais como os deputados estaduais Delegado Olim (PP), da Polícia Civil, e Coronel Camilo (PSD), da Polícia Militar. Também foram cogitados nomes da Polícia Civil como o ex-chefe da instituição, o delegado Youssef Abou Chahin —ele pediu demissão do cargo na gestão de Márcio França (PSB) mandando indireta para o atual governador, rival de Doria. 

Auxiliares de Doria, no entanto, têm aconselhado o governador eleito a voltar atrás na promessa de escolher um policial, uma vez que poderá começar o governo tendo que administrar um embate entre as polícias. O dilema é que, ao escolher um policial civil para ocupar o cargo, pode desagradar militares, enquanto pode irritar os civis ao nomear um militar. Caso mude mesmo o arranjo, o secretário adjunto seria um policial. 

Nesta semana, o governador eleito se reunirá com conselheiros de segurança para tratar do tema. 

O ex-presidente do Hospital Albert Einstein, Cláudio Lottenberg, é o mais cotado para a Saúde. Na Fazenda, a cotada é  Ana Carla Abrão, ex-secretária da Fazenda de Goiás. Ela também foi convidada na época em que Doria era prefeito, mas não aceitou. 

Entre os secretários municipais nomeados por ele na Prefeitura de São Paulo, hoje sob Bruno Covas (PSDB), Doria quer levar para o estado o empresário Wilson Poit. Ele, que ocupa a pasta de Desestatização e Parcerias, ocuparia secretaria similar no governo. 

O atual secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Filipe Sabará, também deve deixar o governo de Bruno Covas para se juntar à equipe de Doria.  

O ex-chefe de gabinete de Doria, Wilson Pedroso, terá papel importante no governo, seja como secretário ou como assessor próximo do governador. 

Outros nomes cotados para integrar o governo são ex-secretários que deixaram a prefeitura e atuaram na campanha de Doria, como Julio Serson (ex-Relações Internacionais) e Jorge Damião (ex-esportes).  

Na pasta da Agricultura, o cotado é o deputado estadual eleito pelo PSL Frederico D'Ávila. Com um membro do partido do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) no governo, Doria espera ter bom trânsito com a bancada do PSL na Assembleia. Com 15 cadeiras, o PSL é maior bancada da Assembleia.

Artur Rodrigues, Guilherme Seto e Rogério Gentile
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