Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Consultor de segurança de Witzel é preso no Rio sob acusação de extorsão

Em redes sociais, policial civil tem fotos também ao lado de Flávio Bolsonaro e Mourão

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Rio de Janeiro

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e a corregedoria da Polícia Civil prenderam na manhã desta quinta-feira (28) o policial civil Flavio Pacca Castello Branco, consultor de segurança do governador Wilson Witzel (PSC). A operação teve como objetivo cumprir mandados de prisão contra policiais civis acusados de extorsão. 

Castello Branco atua como conselheiro informal do governador no tema da segurança. Ele esteve ao seu lado durante a campanha eleitoral de 2018 e permaneceu próximo ao ex-juiz após a vitória no pleito.

Na tarde desta quinta-feira (28), Witzel negou a jornalistas que Pacca seja seu consultor de segurança e disse que eles foram colegas de faculdade. 

"Se algum ato ilícito foi cometido, que ele seja responsabilizado, que responda em relação a isso. Durante a campanha, vários outros candidatos andaram ao nosso lado, oriundos da atividade policial. Que responda na Justiça qualquer fato que tenha praticado", afirmou

Também foram alvo dos mandados de prisão Ricardo da Costa Canavarro ("Ricardinho", que já estava preso), Helio Ferreira Machado e Thiago Bacelo Pereira. Não há informações, ainda, de que os últimos dois tenham sido detidos. 

A operação desta quinta é um desdobramento da Quarto Elemento, que mira agentes de segurança acusados de extorsão e corrupção, cuja primeira fase foi deflagrada em setembro de 2017. 

Segundo o Ministério Público, os quatro denunciados extorquiram, mediante grave ameaça, duas vítimas no interior da 52ª DP, em Nova Iguaçu, em julho de 2017. 

De acordo com a acusação, eles exigiram o pagamento de R$ 10 mil às vítimas, que haviam sido flagradas pelos crimes de receptação e furto de energia.

Os policiais, segundo o órgão, mantiveram as duas vítimas no interior da delegacia por cerca de uma hora, sob pressão psicológica, sem que a formalização da presença de ambas no local fosse realizada. 

Diante deste cenário, elas concordaram em pagar a quantia acertada, dividida em duas parcelas iguais, de R$ 5 mil cada. Foi efetuado apenas o primeiro pagamento do acerto de contas.

Flavio Pacca foi candidato a deputado federal nas últimas eleições pelo PSC, com uma campanha a favor do armamento, mas não se elegeu. Nas redes sociais, publicou fotos ao lado do governador Wilson Witzel, seu colega de partido, do senador Flávio Bolsonaro (PSL) e do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB).

O policial civil é próximo a Witzel, de cuja campanha ao governo do Estado participou. Em uma carreata, Pacca gravou um vídeo ao lado do agora governador, que repetiu duas vezes à câmera, rindo: "A gente tem uma história juntos".

Em novembro de 2005, quando deputado estadual na Alerj, Flávio Bolsonaro apresentou moção de louvor a Pacca por operação da polícia civil que resultou na morte do traficante Bem-Te-Vi

"Este policial foi um dos responsáveis por 'recuperar' esse marginal, visto que a sociedade tem a certeza de que ele nunca mais estará apto a viciar o filho de ninguém, nem a levar o terror aos cidadãos fluminenses", escreveu. 

Laércio de Almeida Pereira, filho do Pastor Everaldo, presidente do PSC, atuou como advogado eleitoral de Pacca durante a campanha do ano passado. A reportagem não conseguiu localizar a defesa do policial civil na seara criminal.

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