O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), organizou um evento de 30 minutos nesta quinta (7) para marcar a doação do seu primeiro salário no cargo, de R$17.113,90, para a AACD (Associação de Assistência à Criança com Deficiência).
O montante foi complementado por outros R$ 1.600, referente a "multas" pagas por secretários que chegaram atrasados a reuniões ou que falam demais durante os encontros —esta última regra é uma novidade.
Ele não revelou, contudo, quem foi o campeão de multas, a maior parte por atrasos. Mas disse que o funcionário “está atento”. O valor foi pago em dinheiro.
De acordo com a “lei Soninha”, que criou quando era prefeito, os servidores têm que desembolsar R$ 200 de "multa" quando chegam com atraso de 15 minutos.
O nome é uma "homenagem" a Soninha Francine, ex-secretária de de Assistência e Desenvolvimento Social que chegou 40 minutos atrasada no primeiro evento de Doria como prefeito, em janeiro de 2017.
Segundo a AACD, o dinheiro será usado para aumentar a quantidade de atendimentos na área de terapias de reabilitação nas unidades de São Paulo. A próxima instituição a receber a doação será o Graac (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer).
Criada em 1950, a instituição privada se dedica à reabilitação de pessoas com deficiência física e mobilidade reduzida. Tem um hospital ortopédico, nove centros de reabilitação e cinco oficinas ortopédicas. Em 2017, realizou mais de 830 mil atendimentos.
A doação do dinheiro a organizações assistenciais foi uma das promessas de campanha de Doria.
Questionado se não haveria uma forma mais prática de fazer a doação, sem convocar um evento, disse que ele e sua equipe de servidores estavam em hora de almoço. “Não vejo nenhum tipo de problema”, afirmou.
Além dele e de assessores, estiveram presentes Bia Doria e o presidente executivo do FUSSP (Fundo Social do Estado de São Paulo), Filipe Sabará.
Doria fazia o mesmo quando era prefeito. O primeiro salário após assumir o cargo também foi entregue à AACD, em fevereiro de 2017, a qual já chegou a se referir, por engano, como “Associação para Criança Defeituosa”.
Seriam beneficiadas 48 entidades, uma a cada mês, mas deixou o cargo 1.000 dias antes do fim para concorrer a governador. O atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), não aderiu à iniciativa.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.