Tudo o que a gente tem aqui hoje é do padre Geraldo", diz Marcos Sobrinho, o novo sacerdote da Paróquia São Vicente de Paulo, em Pindamonhangaba, no interior paulista. Por 35 dos 60 anos da igreja, foi Geraldo quem esteve à frente dela.
Nasceu na mineira Borda da Mata, mas ainda bem jovem foi à Taubaté para terminar o seminário de sacerdócio e permaneceu pela região.
Geraldo ajudou a restaurar e ampliar a igreja matriz de Pinda. Foi adicionada uma nova seção ao prédio e o padre posicionou o altar bem na junção entre a parte antiga e a mais recente. "Ele tinha esse poder, de agregar o velho e o novo, tudo e todos", conta padre Marcos.
O religioso se dedicava a vários projetos sociais. Gostava de estar perto da juventude, incentivando o teatro e o esporte –o campeonato de futebol do distrito foi batizado de "Copa Cônego Geraldo".
Mas sua iniciativa favorita era a orquestra. "Esse era o maior sonho do padre Geraldo", conta a amiga, Lilian. O que começou com apenas um grupo de jovens, hoje tem mais de 80 participantes. A música era a grande paixão do sacerdote: ele compunha hinos litúrgicos, escreveu um musical encenado pelos fiéis e gravou três CDs com louvores.
Um seminarista chegou a publicar as canções no YouTube. Lá, Cônego Geraldo tem uma centena de seguidores. Mas era fora dos computadores onde o padre fazia mais sucesso. "Quem teve o privilégio de o conhecer, se tornava um amante da arte, da cultura e da música. Esse é o maior legado dele", diz Lilian.
Padre Geraldo morreu na última terça-feira (12), aos 70, vítima de uma infecção generalizada. Deixa três irmãos e a comunidade a quem dedicou sua vida.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.