Em evidência após ataques, dark web é refúgio para quem foge de autoridades

Zona sombria da rede reúne criminosos e fóruns acerca de temas como racismo

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São Paulo

A chamada dark web ficou sob holofotes após surgir a suspeita de que autores de ataques recentes no Brasil e na Nova Zelândia possam ter frequentado fóruns nesta área da internet. 

A dark web é um espaço no qual o rastreamento dos computadores usados para acessar os sites é praticamente impossível. 

Para entrar nessa zona sombria da rede, é necessário utilizar um navegador específico. 

Trata-se de uma teia de computadores e roteadores ao redor do mundo que é usada como caminho para acessar a rede, tornando na prática impossível desvendar a identidade do usuário. 

Nessa zona é possível comprar armas, drogas e até encomendar crimes. Também há os chamados "chans", que são fóruns com um visual retrô, onde os posts vão se somando em longas conversas com tom politicamente incorreto —que, em alguns casos, discorrem sobre assassinato, pedofilia, racismo e misoginia. 

Após ser noticiado que Guilherme Taucci Monteiro, 17, e Luiz Henrique de Castro, 25, invadiram a escola Raul Brasil em Suzano (Grande SP) com um revólver e armas brancas, matando oito pessoas no dia 13, demorou pouco até que o ataque fosse comemorado em alguns desses fóruns. 

Em um deles, o mais conhecido do país, os dois autores do massacre foram descritos como "homens de bem e honrados".

O Ministério Público ainda investiga se a dupla, de fato, recorreu ao fórum para pedir dicas, versão que frequentadores anônimos deste tentaram fazer ganhar a mídia. 

Misoginia  ​

A dark web é refúgio de um movimento conhecido como "incel", homens que se descrevem como celibatários involuntários. Nos "chans", eles disseminam conteúdo misógino e costumam atribuir suas frustrações às mulheres, com quem não conseguem ter relações. 

Há a suspeita de que o atirador responsável por mais de 50 mortos no ataque em duas mesquitas de Christchurch, na Nova Zelândia, fosse um frequentador desses fóruns. 

No entanto, a dark web também serve como mecanismo para jornalistas e ativistas escaparem da censura em alguns países e até manter a privacidade na troca de dados sensíveis. O Wikileaks, por exemplo, utilizou a dark web para receber documentos de maneira anônima. 

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