O presidente Jair Bolsonaro (PSL) comentou nesta terça-feira (12) a operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro que prendeu um PM e outro ex-policial militar suspeitos de terem participado do assassinato da vereadora Marielle Franco.
"Espero que realmente a apuração tenha chegado de fato a quem foram os executores, se é que foram eles, e a quem mandou matar", disse ao fim de uma reunião bilateral com o presidente paraguaio, Mario Abdo, no Palácio do Planalto.
"É possível que tenha um mandante [do assassinato da vereadora]. Eu conheci a Marielle depois de que ela foi assassinada, não conhecia ela apesar de ela ser vereadora lá com o meu filho [o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ)] no Rio de Janeiro."
Logo depois de ter sido abordado sobre o tema, Bolsonaro lembrou da tentativa de assassinato à faca da qual foi vítima em setembro de 2018, durante ato de campanha em Minas Gerais. "E também estou interessado em saber quem mandou me matar", disse.
Questionado sobre se sentiu-se surpreso com envolvimento de ex-policiais, Bolsonaro não respondeu, mas disse que não acredita que existam crimes impossíveis de serem solucionados, "coisa rara".
O presidente comentou ainda que tem milhares de fotos com policiais de todo o Brasil, após ser questionado sobre a existência de uma foto sua ao lado de um dos ex-policiais preso nesta terça. "Eu tenho foto com milhares de policiais civis e militares, com milhares, do Brasil todo."
A operação, que ocorre a dois dias de a morte da vereadora completar um ano, também foi alvo de comentários do ministro da Justiça, Sergio Moro. "Isso é uma investigação da Justiça estadual e da Polícia Civil. O governo federal tem contribuído com a realização de uma investigação da Polícia Federal, isso já foi algo criado no governo anterior pelo ministro [Raul] Jungmann. É um grupo da Polícia Federal investigando a tentativa de obstrução, de manipulação dessa investigação no passado", disse.
Moro disse que "certamente" a investigação da PF contribuiu bastante para o caso. "E está contribuindo para que se chegue ao melhor resultado investigatório, neste caso, um grave assassinato da senhora Marielle Franco e do senhor Anderson Gomes. É um crime que tem que ser investigado por completo e os responsáveis levados à Justiça", defendeu.
A Polícia Civil do Rio prendeu na manhã desta terça dois suspeitos de participarem do assassinato de Marielle, dois dias antes de o crime ainda não esclarecido completar um ano, em 14 de março. Ambos são ligados à Polícia Militar.
Uma equipe composta de integrantes da Delegacia de Homicídios e do Ministério Público do Rio cumpriu mandados de prisão em endereços dos suspeitos: o policial militar reformado Ronnie Lessa, 48, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, 46. Ambos negam participação no crime.
Segundo a denúncia, Lessa disparou os tiros que mataram Marielle e Queiroz, dirigiu o carro que interceptou a vereadora e de onde partiram os disparos, informou o Ministério Público do Rio.
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