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Bom atendimento não garante serviço, dizem paulistanos

Problemas vão de caçambas irregulares até veículos abandonados em ruas

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São Paulo

O atendimento prestado pela Prefeitura de São Paulo por meio do sistema 156 costuma ser rápido, educado e eficiente, segundo paulistanos ouvidos pela Folha. O problema é que ele nem sempre resulta em ações práticas na rua, causando frustração e sensação de abandono.

Foi com essa impressão que ficou o empresário Marcos Salotto, 62, que no início de abril reclamou da colocação irregular de uma caçamba de entulho em frente a seu comércio.

Abandonado, virou depósito de lixo comum e, segundo Salotto, chamariz de pragas a um quarteirão da avenida Paulista. Denunciar a situação para o 156 não resolveu o problema, nem mesmo três vezes.
Por isso, ele avalia mal o serviço da prefeitura. "O atendimento é lindo, maravilhoso. Mas não funciona", reclama. 

Fusca verde abandonado e completamente sujo
Na rua Carneiro Leão, no Braz, veículos abandonados não foram retirados após reclamação de Jéssica Iauci, 24 - Bruno Santos/Folhapress

Já Jéssica Iauci, 24, contou mais de dez veículos abandonados no Brás: Kombis, ônibus, Fuscas, caminhões. Os pedidos de remoção feitos ao 156 não surtem efeito, lamenta. 

"Já me pediram para tirar fotos das placas e nada acontece, já me falaram que as equipes vieram aqui e não encontraram os carros. Nada acontece."

Quem também aguarda respostas é a economista Carmen Maradei, 60, que desde fevereiro tenta obter seu cartão de estacionamento de idoso. Ela diz que o pedido foi rapidamente processado e que ela logo recebeu o aviso de que seu cartão havia sido deferido.

Mas após essa etapa, não obteve mais respostas sobre como receber o cartão. Ao tentar se informar pelo 156, também não teve sucesso. "Perderam meu protocolo e ninguém sabe onde está o meu cartão. Fui orientada a recomeçar do zero, mas desencanei."

Segundo a própria prefeitura, até abril deste ano 26% dos pedidos abertos em 2018 ainda aguardavam atendimento. 

A demora ocorre porque o 156 faz apenas a coleta de demandas e reclamações, e as encaminha para a estrutura da prefeitura. A solução para os problemas depende de outro processo, que pode demorar ou simplesmente não ser feito.

A prefeitura aposta na informatização desses pedidos para ganhar agilidade. Mas nem mesmo o serviço por aplicativo de celular é garantia de que a reclamação será atendida. 

Em São Miguel Paulista, na zona leste, Anderson Reis, 34, fotografou um buraco no asfalto da avenida Nordestina e o cadastrou no aplicativo SP 156. Entre as opções, escolheu a "Tapa-buraco". O pedido, porém, foi negado. Anderson foi avisado por mensagem de que o problema na foto não condizia com a opção selecionada. "A impressão que fica é a de que não estão ligando."

Segundo relatório da prefeitura, a maior parte dos pedidos feitos ao 156 em 2018 foi direcionada às subprefeituras, responsáveis pela zeladoria.

Em segundo lugar ficam as demandas à Amlurb, a autarquia municipal responsável pela varrição e coleta de lixo.

Os distritos campeões de reclamações são Tucuruvi (zona norte), Sé (centro) e Belém (leste).

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