Empresário foragido por morte de prostituta em 1998 é preso no interior de SP

Mulher foi arrastada por carro em crime que ganhou notoriedade em Ribeirão Preto

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Ribeirão Preto

O empresário Pablo Russel Rocha, condenado pela morte de uma garota de programa em 1998 em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) e que estava foragido, foi preso em uma blitz da polícia em Taubaté, no Vale do Paraíba.

A prisão do empresário, que era procurado pela polícia desde o final do ano passado, ocorreu na terça-feira (27), durante uma blitz no Jardim Eulália.

Empresário Pablo Russel Rocha, que estava foragido e foi preso em Taubaté
Empresário Pablo Russel Rocha, que estava foragido e foi preso em Taubaté - Polícia Militar

É a terceira vez que Rocha é preso pela morte de Selma Heloisa Artigas da Silva, a Nicole. Grávida de três meses, ela morreu na madrugada de 11 de setembro de 1998.

Após ter sido arrastado por 2 km, o seu corpo, esfacelado, foi abandonado na avenida Caramuru e o empresário foi para casa. Seu carro, uma Pajero, foi lavado para tentar eliminar vestígios de sangue.

Ao ser abordado em Taubaté, o empresário entregou seus documentos aos policiais, que, ao fazerem a consulta, constataram que ele era procurado. Depois de ser levado à DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Rocha foi encaminhado à Seccional e transferido para a penitenciária 2 de Tremembé.

O crime é um dos mais emblemáticos da história de Ribeirão, pela forma como a garota de programa morreu e pelas batalhas jurídicas registradas nas duas últimas décadas.

Pouco mais de um ano após a prisão, um parecer apresentado pelo legista George Sanguinetti, que atuou no caso PC Farias, contrariou a tese inicial de que Rocha amarrou Nicole ao veículo e a arrastou até a morte.

Um laudo do IC (Instituto de Criminalística) havia descartado que tivesse ocorrido um acidente e informou que a garota tinha sido presa pelo braço esquerdo. Parecer do IML de São Paulo indicou que ela foi amarrada por um nó duplo.

Zenith Artigas, mãe de Selma Heloísa Artigas, morta em 1998 após ser arrastada por carro de empresário, em foto de 2012
Zenith Artigas, mãe de Selma Heloísa Artigas, morta em 1998 após ser arrastada por carro de empresário, em foto de 2012 - Edson Silva - 14.mar.12/Folhapress

Esse não foi o único imbróglio judicial. Em 2012, por duas vezes o júri popular foi adiado, até ser realizado em 2016.

 

Naquele ano, Rocha foi condenado a 24 anos de prisão, após uma sessão de dez horas, por homicídio triplamente qualificado —motivo fútil, uso de recurso que impossibilitasse a defesa da vítima e meio cruel.

Ficou uma semana preso e obteve habeas corpus para recorrer em liberdade.

Em 2017, o TJ manteve a condenação do empresário e, em dezembro do ano passado, a Justiça determinou que ele começasse a cumprir a pena. Desde então, estava foragido.

ACIDENTE

A defesa de Rocha solicitou que ele cumprisse a pena em Tremembé. Há um pedido de habeas corpus já em tramitação no STF (Supremo Tribunal Federal).

O empresário e sua defesa sempre alegaram que o que houve foi um acidente. Em 1999, quando estava preso na extinta cadeia de Vila Branca, em Ribeirão, Rocha disse que não poderia pedir perdão por não ter feito “nada”. “Meu único erro foi ter saído de casa naquela noite”, afirmou.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.