Vitalidade e disposição definem a trajetória da professora Olga Bicudo Tognozzi, presidente da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Bauru por 37 anos. Desde cedo, dedicou sua vida ao voluntariado, conforme aprendeu com a família.
Segundo o coordenador-geral da entidade em Bauru, Roberto Franceschetti Filho, 31, ela contava que seus pais a ensinaram a amar para ajudar, e também a importância de poder contar com as pessoas.
Mesmo com a idade avançada, dona Olga, como era carinhosamente chamada, levou o conselho para a vida. “Nunca ficou só na presidência. Ela trabalhava todos os dias, participava das reuniões e ajudava a organizar os eventos. Como era professora de formação, gostava de passar seus ensinamentos aos funcionários”, diz Roberto.
Até o último dia de sua vida preocupou-se com a instituição e os eventos marcados para 2020. “Conversei com ela ao telefone sobre a primeira reunião, em janeiro, para os preparativos da Feira da Bondade, um dos eventos organizados por ela”.
Nascida em Pederneiras (320 km de SP), dona Olga era muito querida na cidade inteira. Trabalhou com amor e dedicação para a causa da deficiência. “Ela construiu um império. Hoje, a Apae atende 2.000 pessoas por mês em Bauru e região, e possui 100 unidades”, conta Roberto. Ousada, dona Olga nunca parou diante dos desafios.
O seu único objetivo era fazer o bem e garantir o direito das pessoas com deficiência. Para dona Olga, o trabalho filantrópico só tinha valor se fosse feito com o coração e a emoção.
Olga Bicudo Tognozzi morreu dia 25 de dezembro, aos 91 anos, de parada cardíaca. Deixa um irmão, sobrinhos e um legado importante para o conhecimento e o voluntariado.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
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