Descrição de chapéu Alalaô

No interior de SP, Ibirá e Caconde celebram Carnaval tocando de funk a sertanejo

Cidades esperam receber 115 mil pessoas nos quatro dias apresentando atrações como Bonde do Tigrão

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Ribeirão Preto

Em uma cidade, a aposta é em resgatar hits dos anos 2000 para atrair foliões. Em outra, a praça central, com a igreja ao fundo, ganha áreas vips e camarotes para abrigar a folia ao som de funk, pagode e até sertanejo.

Em comum, Ibirá e Caconde, no interior paulista, veem seu Carnaval crescer nos últimos anos atraindo foliões de São Paulo e outros estados e replicando modelo de sucesso já adotado por outros festivais.

Ambas preveem receber entre sexta-feira (21) e esta terça (25) 115 mil pessoas, em festas com destaques para canções com versos como “Onda, onda, olha a onda” e “Pula sai do chão, esse é o bonde do Tigrão”.

Soa familiar?

Essa mistura de ritmos, dizem os organizadores, garante que os eventos agradem a todos os públicos, inclusive o que não gosta de Carnaval.

Grupo de pessoas se locomove ao lado de tendas laranjas
Foliões em rua do Carnabira, em Ibirá, que reúne de funk a sertanejo na cidade do interior paulista - Vinícius da Silva Freitas/Carnabira

Pensamos numa variedade de estilos justamente para atrair todo tipo de público. A arrecadação da cidade chega a ser 20 vezes maior nos dias de Carnaval”, afirmou Juninho Scarabel, organizador do Carnabira, em Ibirá, cidade da região de São José do Rio Preto. É nela que Tchaka Bum e Bonde do Tigrão, donos dos hits citados acima, se apresentaram nos últimos dias.

Para esta segunda, o cardápio incluía Peixe e o grupo Pixote como principais atrações.

“Eu era criancinha quando esses artistas surgiram, nem lembrava direito das músicas, mas o importante é festejar com os amigos num lugar tranquilo. E no interior tudo é mais tranquilo. O risco de ser roubado é menor e os custos são mais baixos”, disse a estudante universitária Melissa Matias, de Rio Preto, que foi ao evento com um grupo de amigas na noite de sábado (22).

Em Ibirá, o Carnaval já é o maior evento do calendário anual da cidade e a estimativa é que ele movimente, até terça-feira, R$ 10 milhões na economia local. Hotéis e pousadas da cidade e no entorno estão sem vagas para o período.

Antes feita só em trios elétricos, a festa ganhou neste ano um palco, para abrigar mais atrações. “Está ficando mais forte. Nossa primeira edição como produtores foi em 2019, e percebemos que houve evolução, uma grade de shows mais forte. Para os próximos anos, a tendência é crescer, não só aqui, mas em outras cidades do interior também”, disse Scarabel.

Até esta segunda (24), a previsão é reunir 65 mil pessoas em Ibirá, pouco acima das 50 mil aguardadas em Caconde no Bloco Barão, que está fazendo seu Carnaval na praça central da cidade.

Funk, axé e sertanejo dividem o cardápio musical com as tradicionais marchinhas carnavalescas, entoadas na praça central da cidade, que abriga a principal igreja local. O fato obrigou a organização, neste domingo (23), a encerrar a festa às 18h, para não atrapalhar a celebração da missa dominical.

“O formato deste ano seguiu o que já era feito nos últimos 20 ou 30 anos, mas o que temos feito é profissionalizar cada vez mais o evento, tendo local fechado com áreas de abadás e camarotes, mas também deixando a pipoca [gratuita], para que todos possam participar”, disse o organizador do bloco, Luciano de Oliveira.

As cidades seguem, na prática, o modelo de sucesso já adotado por outras de São Paulo e Minas, como o Oba Festival, em Votuporanga (Bonde do Tigrão foi uma das atrações), e o Bloco Vermes, em Muzambinho (MG). Além das duas cidades, em outras, como Espírito Santo do Pinhal (SP), festivais de música são a aposta para esse novo formato de Carnaval que tem crescido em municípios do interior de São Paulo. O município espera atrair 20 mil foliões até terça-feira (25).

Enquanto essa modalidade e, claro, os blocos carnavalescos, se proliferam na folia, desfiles de escolas de samba têm rareado no interior. É o caso da paulista Batatais, estância turística graças, inclusive,ao Carnaval, que pela quarta vez nos últimos cinco anos deixou de fazer seu tradicional desfile no sambódromo.

A realização do Carnaval em Caconde foi precedida por uma polêmica. Um coqueiro existente na praça central foi cortado no último dia 15 e desagradou ambientalistas, que questionaram a necessidade da iniciativa.

O argumento para o corte foi o de que eventuais ventos e chuvas poderiam fazer a árvore encostar nas ferragens da estrutura, ameaçando o público. Os organizadores terão de recompor a vegetação plantando novas espécies já adultas, segundo a prefeitura.

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