Principal cidade da única região do Rio Grande do Sul sob bandeira vermelha, Lajeado, a 94 km de Porto Alegre, está com o comércio de rua de portas fechadas.
“É muito triste, é uma cidade universitária, cortada por uma rodovia federal para escoamento industrial, e de repente deixa de ter essa vitalidade”, diz o prefeito Marcelo Caumo (PP).
Lajeado é a terceira cidade com mais casos da Covid-19. Até o final de terça-feira (12) eram 202 casos e nove mortes, com uma incidência de 257 casos a cada 100 mil habitantes.
Segundo Caumo, os número são explicados também por causa da testagem ampliada em laboratórios privados e na Universidade do Vale do Taquari (Univates).
“O número de casos é expressivo, mas todas as pessoas são atendidas. Temos leitos disponíveis e respiradores à disposição”, diz o prefeito.
Lajeado está apenas atrás de Passo Fundo —cuja bandeira foi flexibilizada de vermelha para laranja nesta semana—, com 277 casos e 20 mortes, e Porto Alegre, com 546 casos e 19 mortes, também bandeira laranja.
Segundo o governo, estas duas últimas regiões podem permanecer com bandeira laranja porque tiveram incremento no número de leitos. A bandeira laranja permite o comércio de rua.
O modelo gaúcho de distanciamento é guiado por bandeiras —nas cores amarela, laranja, vermelha e preta, uma graduação do menor ao maior risco— aplicadas a 20 regiões do território gaúcho. O uso de máscaras passou a ser obrigatório desde segunda-feira (11).
O modelo foi anunciado no último dia 30 de abril, mas a partir de agora é regulado por decreto e protocolos específicos para 12 grupos de atividades econômicas.
Entre as 20 regiões, a semana se iniciou com bandeira vermelha apenas em Lajeado, outras seis regiões com bandeira amarelas, 13 laranjas e nenhuma preta. O modelo não prevê “lockdown”, quando há restrição de circulação das pessoas. A bandeira preta limita as atividades econômicas.
A Justiça decretou o fechamento de dois frigoríficos com casos confirmados de Covid-19 em Lajeado. Um deles, o Minuano, foi autorizado a voltar operar com 50% dos funcionários, após comprovar adoção de protocolos de higiene.
O segundo, da BRF, permanece fechado. Procurada pela Folha, a empresa afirmou que tenta reverter a decisão e que “está muito segura do cumprimento efetivo de todas as medidas protetivas e protocolos indicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”.
Os dois frigoríficos empregam diretamente 4.000 pessoas, segundo o prefeito de Lajeado.
Até o final des terça-feira, o Rio Grande do Sul tinha 2.917 casos confirmados e 111 mortes.
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