Descrição de chapéu Obituário Juan Garrido (1948 - 2020)

Mortes: Deu ao jornalismo qualidade e a leveza da vida

Atualmente, Juan Garrido cuidava de uma revista especializada e colaborava com o jornal Valor Econômico

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São Paulo

A igualdade de direitos e o cuidado nas relações pessoais eram marcas do jornalista Juan Garrido.

Nascido em Málaga, na Espanha, veio ao Brasil com os pais, aos seis anos. A primeira parada foi Itu (101 km de SP). A mãe era dona de casa e o pai proprietário de uma camisaria na cidade. Logo, a família aumentou com o nascimento dos dois irmãos.

Aos nove anos, quando contraiu uma doença que o deixou acamado durante um ano, os livros foram seus únicos companheiros. Juan virou um leitor voraz.

Juan Garrido (1948-2020)
Juan Garrido (1948-2020) - Arquivo pessoal

Aos 16, fundou o jornal Bidu (Brasileiros Independentes Democratas e Unidos) e implantou a Semana de Arte, ambos em Itu.

Dois anos depois, Juan mudou-se para a capital paulista, prestou vestibular para jornalismo na Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, e foi aprovado.

A graduação o lapidou na profissão pela qual já era apaixonado. Foi na Cásper Líbero que Juan conheceu a esposa, Cláudia Garrido, já falecida.

Juan transferiu para o jornalismo a leveza com a qual levava a vida, além da generosidade. Suas marcas ficaram nas lembranças de quem o encontrou nas redações do Diário Popular, Revista Visão, Correio Braziliense, Gazeta Mercantil e Diário do Comércio & Indústria. Ultimamente, comandava a Revista Engenharia, da qual era editor-chefe, e atuava como colaborador dos suplementos e revistas do Valor Econômico.

"Conheci o Juan em 1998, quando fui trainee na Gazeta Mercantil. Ele lia meus textos. Além de me ajudar, ensinou o cuidado com a pauta, a pesquisa e a apuração. As bases do bom jornalismo eu aprendi com o Juan, sempre alto astral e preocupado com as pessoas”, conta a amiga, a jornalista Ediane Tiago, 44.

Segundo a filha, a psicóloga Gabriela Garrido, 49, ele foi para o neto, o estudante Murilo Garrido Barbato, 19, o avô carinhoso, o pai, a referência ideológica.

Os cafés da manhã com a família só tinham charme se fossem demorados. “Ele era um cara feliz”, afirma Gabriela. Diariamente, pela manhã, acompanhava o noticiário esportivo e político fervorosamente através da leitura de jornais.

No dia 23 de agosto, um domingo, sofreu um ataque cardíaco fulminante, aos 72 anos, em casa. Viúvo, deixa a filha Gabriela e o neto Murilo.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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