No Brasil, aborto vitima mais mulheres negras do que brancas

Elas também têm menos acesso a anestesia durante o parto normal e morrem mais em decorrência da gestação

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São Paulo

Embora faltem dados sobre aborto no Brasil e não haja nos sistemas de saúde qualquer informação sobre aborto inseguro, os riscos do procedimento no país são maiores para pretas, pardas e pobres, que estudaram pouco.

Os dados disponíveis se restringem aos óbitos por aborto e às internações por complicações de aborto no serviço público de saúde. E são as negras, inclusive as meninas, as que mais morrem ao tentar interromper uma gravidez.

Enquanto entre mulheres brancas a taxa é de 3 óbitos causados por aborto a cada 100 mil nascidos vivos, entre as negras esse número sobe para 5. Para as que completaram até o ensino fundamental, o índice é de 8,5, quase o dobro da média geral de 4,5.

Segundo o IBGE, o índice de aborto provocado das mulheres pretas é de 3,5%, o dobro do percentual entre as brancas (1,7%). O perfil mais comum de mulher que recorre ao aborto é o de uma jovem de até 19 anos, negra e já com filhos, segundo o estudo nacional.

Elas também têm mais dificuldade de conseguir atendimento no primeiro hospital ou maternidade que procuram, têm menos acesso a anestesia durante o parto normal (16% das que tiveram acesso eram negras, já entre as brancas sobre para 22%), e morrem mais em decorrência da gestação (53% contra 41%).

Os números do Ministério da Saúde mostram ainda que, enquanto o número de casos de mortalidade materna (óbitos durante e logo após a gestação e inclui abortos) cai entre as mulheres brancas, ele sobe entre as negras.

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