Estado de SP destinará R$ 30 milhões à distribuição de absorventes íntimos

Programa será realizado em unidades de ensino estaduais e tem como meta o combate à evasão escolar

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São Paulo

Alunas de escolas estaduais de São Paulo terão acesso a absorventes íntimos gratuitos a partir desta semana.

O material será distribuído nas próprias unidades de ensino. As meninas em período menstrual –entre 10 e 18 anos– poderão solicitar a quantidade que considerarem necessária à direção da escola, bem como a professores e outros funcionários, segundo a Secretaria da Educação do Estado.

O programa Dignidade Íntima foi lançado nesta segunda-feira (14) e será colocado em prática com a publicação nesta terça de uma resolução que se vale de R$ 30 milhões para o exercício deste ano.

Segundo o secretário de Educação, Rossieli Soares, a medida não determina uma cota ou um limite de aquisição de absorventes por aluna e tampouco um lugar ou uma instalação específica da unidade de ensino em que será feita a retirada dos absorventes.

“A aluna pode pedir a qualquer pessoa da escola por quem ela sinta mais confiança. Muitas preferem não expor esse pedido em público”, afirma.

Rossieli diz que, a partir da publicação da resolução, as escolas já poderão fazer, cada uma de acordo com seu planejamento, a compra dos absorventes. No lançamento do programa, a deputada federal Tabata Amaral relacionou situações de desconforto causadas pela menstruação com dados de evasão escolar.

“Esse tema ainda é um tabu, nós meninas somos ensinadas desde cedo que a menstruação é suja”, diz.

“Hoje de cada quatro meninas entre 15 e 17 anos, uma não tem dinheiro para comprar absorvente. Quando a gente se aprofunda no tema, a gente descobre que as mulheres mais vulneráveis, moradoras de periferia, mulheres negras, muitas vezes mulheres em situação de cárcere, tem que recorrer a miolo de pão, pedaços de pano velho e jornal [no lugar de absorvente].”

Para a deputada, que no ano passado defendeu projeto de lei relacionado ao tema, “distribuir absorventes é uma forma eficiente de combater um problema grande, que é a falta às aulas, a evasão escolar”.

Segundo dados da pesquisa Impacto da Pobreza Menstrual no Brasil, encomendada pela Always e realizada pela Toluna, 28% das brasileiras já deixaram de ir à aula por não conseguirem comprar o item de higiene menstrual.

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